Vídeo de floresta a “respirar” colocou as redes sociais em alvoroço (mas já há uma explicação)

– Este vídeo não faz parte do artigo abaixo. Fui descarregá-lo ao Youtube e deveria fazer parte do artigo publicado no ZAP…

CIÊNCIA

(CC0/PD) Kai Dörner / Unsplash

Um vídeo, filmado no início deste mês numa floresta em Sacre-Coeur, Quebec, no Canadá, mostra aquilo que parece ser a Terra a fazer um exercício de respiração profunda. Estará ela descontente ou a respirar de alívio?

Não é um terramoto, nem o ressonar de uma divindade da floresta. Aliás, a explicação real para este fenómeno é muito menos interessante do que poderíamos imaginar, e muito menos aterrorizante também. Vento: este é o verdadeiro culpado.

No início deste mês, foi filmado um vídeo intrigante numa floresta em Sacre-Coeur, Quebec, no Canadá, que mostra aquilo que parece ser a Terra a fazer um exercício de respiração profunda. Mil e um teorias à volta deste fenómeno, muitas que nos poderiam levar a pensar que sim, a Terra pode estar mesmo muito chateada connosco. Mas, afinal, é só vento.

“Durante um evento de chuva e tempestade de vento, o solo fica saturado, ‘afrouxando’ a coesão do solo com as raízes enquanto o vento sopra na copa de uma árvore”, explicou Mark Vanderwouw, arborista que trabalha na Shady Lane Expert Tree Care em Ontário, no Canadá.

“O vento está a tentar empurrar as árvores, e à medida que a força é transferida para as raízes, o solo começa a ‘levantar’.” Na verdade, o que acontece é um choque entre os elementos: vento versus raiz; ar versus terra.

De acordo com o especialista, se o vento soprasse um bocadinho mais forte, as raízes das árvores provavelmente começariam a partir, e a floresta, consequentemente, a cair. Um cenário que não deveria ser assim tão bonito de se assistir.

Se estava à espera de uma razão mais emocionante do que o vento, não desespere. Lembre-se que a floresta respira mesmo. As árvores substituem o dióxido de carbono (CO2) por oxigénio através da fotossíntese. No solo, pequenos micróbios devoram o CO2, armazenado nas raízes e nas folhas mortas, e libertam-no de volta para o ar.

Por isso, sim, as florestas devem respirar, mas não de uma forma notória. A chamada respiração do solo, por exemplo, tem acontecido com muita mais frequência nos últimos 25 anos, tudo por causa das alterações climáticas. No fundo, as mudanças que estão a ocorrer no nosso planeta estão a causar a hiperventilação da natureza.

ZAP // Live Science

Por ZAP
28 Outubro, 2018

A China vai mostrar modelo em tamanho real da sua nova estação espacial

A China irá expor um modelo em tamanho real do módulo central da estação espacial chinesa, em preparação desde 2011 para mostrar ao mundo os avanços do Programa Espacial Chinês.

Depois de impedidos, em 2011, pelos Estados Unidos de participar em missões na Estação Espacial Internacional por questões de segurança nacional, a China decidiu criar uma estação espacial própria. Agora, um modelo de tamanho real será exibido.

Na próxima semana, durante a maior feira de aviação aeroespacial da China, a construção e o design do modulo principal Tianhe-1 poderá ser visto por todos os participantes da feira chinesa. Os ingressos para a feira que se inicia dia 6 de Novembro custaram 500 yuans – cerca de 63 euros.

O módulo chinês foi concluído em 2017 pela China Aerospace Science and Technology e construído pela China Academy of Space Technology.

Sem muitos dados sobre este novo módulo mantido em alto sigilo pelo governo chinês, a exibição pública agendada para a próxima semana na cidade de Zhuhai, poderá trazer grandes novidades para o sector.

Até ao momento sabe-se que o módulo tem pouco menos de 17 metros de comprimento e consiste em 3 secções – um compartimento de recursos com um diâmetro de 4,2 metros, um espaço de vida e compartimento de controlo, e um hub de encaixe onde se conectarão os outros módulos, naves e embarcações de carga.

O módulo terá capacidade para 6 pessoas e pesa cerca de 22 toneladas, um terço do peso total da estação espacial chinesa que, por sua vez, é seis vezes mais leve que a Estação Espacial Internacional.

É esperado que a China coloque o Tianhe-1 em órbita em 2020 e que inicie as operações com astronautas em 2022. Para além deste projecto, a China tem também planos para pousar uma sonda em Marte e para enviar uma nave para o lado obscuro da Lua.

ZAP //

Por ZAP
27 Outubro, 2018

Cientistas confirmam câmara secreta na Pirâmide da Lua

CIÊNCIA

haRee / Flickr
Complexo arqueológico de Teotihuacán que testemunha o esplendor da civilização Asteca.

Uma equipa de arqueólogos confirmou a existência de uma câmara e de um túnel secreto em baixo da Pirâmide da Lua, localizada no complexo arqueológico de Teotihuacán, a 50 quilómetros da Cidade do México.   

A descoberta, anunciada nesta quarta-feira pelo Instituto Mexicano de Antropologia e História (INAH), sugere que o espaço terá sido usado para rituais. De acordo com os cientistas, a câmara subterrânea está localizada a oito metros abaixo da pirâmide e tem 15 metros de diâmetro, sendo ainda ligada a um túnel que termina no sul da Praça da Lua.

Segundo a directora do projecto de conservação da Praça da Lua, Verónica Ortega, a equipa que localizou a câmara está agora a investigar se o espaço ritual estaria ligado ao “submundo”, dando sacramentalidade à antiga cidade.

“Estes grandes complexos de oferendas constituem o núcleo sagrado de Teotihuacan”.

Ortega explicou que o material que será encontrado nesta câmara poderá a ajudar a desvendar as relações desta antiga metrópole com outras da Mesoamérica – região cultural que se estendeu desde de o centro do México até a Costa Rica.

Além do túnel na Praça da Lua, os arqueólogos acreditam que haja uma outra entrada para a câmara localizada no lado leste. Esta descoberta confirmaria que a civilização de Teotihuacan reproduziu os mesmos padrões de túneis nos seus grandes monumentos.

Estudos e investigações anteriores já davam conta da existência desta câmara contudo, a sua confirmação só foi possível depois desta pesquisa que foi levada a cabo pelo INAH em colaboração com o Instituto de Geofísica da Universidade Nacional Autónoma do México.

A civilização de Teotihuacan surgiu mil anos antes dos astecas e viveu entre 100 a.C. e 650 d.C. Esta cidade é considerada a sede da civilização clássica no Vale do México. Na primeira metade do milénio d.C., chegou a ter 160 mil habitantes, tornando-a maior metrópole da América pré-hispânica.

Os costumes e tradições da cidade, que contavam, por exemplo, já com sistemas de canalização de água, influenciaram outros povos da região, como os maias, que habitavam montanhas situadas a mil quilómetros de Teotihuacan.

ZAP // Deutsche Welle

Por ZAP
27 Outubro, 2018

Marte pode ter oxigénio suficiente para suportar vida

ESA / DLR / FU BERLIN
O Polo Sul de Marte

Afinal, Marte pode não ser assim tão inóspito como pensávamos. Depois de ter sido confirmado que o Planeta Vermelho “esconde” um vasto lago de água salgada, um novo estudo aponta agora que o planeta pode ter oxigénio molecular suficiente para suportar formas simples de vida.

Para a investigação, liderada Vlada Stamenković, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, os cientistas modelaram a composição da água de Marte – que se acredita existir sob uma camada de gelo no Polo Sul marciano, tal como anunciado em Julho passado.

A investigação, publicada nesta segunda-feira na Nature Geoscience, sugere que os depósitos de salmoura depositados abaixo da superfície de Marte, especialmente perto dos pólos, podem conter oxigénio molecular – elemento crucial para a vida na Terra.

“Descobrimos que, no Marte moderno, a solubilidade do oxigénio em vários fluídos pode exceder o nível necessário para a respiração aeróbica”, pode ler-se no artigo.

Os resultados agora apresentados podem também explicar uma característica incomum registada em Marte pelo rover Curiosity: rochas ricas em manganésio. Este elemento teria exigido muito oxigénio para se formar e, até agora, os cientistas suspeitavam que se tivesse formado no Marte primitivo.

No entanto, este estudo oferece uma justificação mais recente: “[A descoberta] muda completamente a nossa compreensão sobre o potencial da vida no Marte actual”, disse Stamenković em declarações à National Geographic

A descoberta alimenta a esperança de vida em Marte, tornando ainda mais provável que o planeta possa suportar vida microbiana ou até mesmo animais simples, como esponjas.

Marte já foi semelhante à Terra

4 mil milhões de anos, Marte era bastante semelhante à Terra e, por isso, reunia as condições necessárias para alojar vida. Na época, o Planeta Vermelho tinha uma atmosfera espessa e água fluída à superfície bem como, um campo magnético global e vulcanismo.

No entanto, actualmente o cenário é bastante diferente, sendo a superfície seca e fria: 5 a 10 graus Celsius durante o dia e -100 a -120 graus Celsius durante a noite.

Além disso, a pressão atmosférica é menos de 1% da da Terra – ou seja, qualquer fluxo de água evaporaria rapidamente. O vulcanismo está também morto e há apenas registo de campos magnéticos de pequena escala.

Por tudo isto, a vida em Marte tem sido considerada altamente improvável. Em Junho deste ano, a nave espacial Mars Express detectou um vasto lago de água líquida sob a superfície do pólo sul de Marte. Os cientistas acreditam que o sal poderá ajudar a água a manter-se no estado líquido, sobrevivendo assim às temperaturas abaixo de zero.

Só futuras missões – como a sonda InSight da NASA e a Mars 2020 – nos poderão contar com mais detalhe como Marte foi ou ainda é habitável.

ZAP // ScienceAlert / IFLScience

Por ZAP
27 Outubro, 2018

Cientistas contaram quantos neutrinos tem o Sol (e são mais do que pensávamos)

NASA

Pela primeira vez, uma equipa internacional de cientistas conseguiu calcular o número de neutrinos distintos que surgem das entranhas do sol durante as reacções de fusão que ocorrem à sua superfície – e são bem mais do que pensávamos.

Os resultados da investigação, realizada no âmbito do projecto italiano Borexino, foram publicados nesta quarta-feira na revista Nature.

“Os neutrinos que nascem das diferentes reacções que ocorrem no Sol possuem diferentes cargas de energia”, começou por explicar Aleksandr Chepurnov, professor do Instituto de Investigações Científicas da Universidade Estatal de Moscovo.

“Como consequência, o seu estudo permite-nos procurar os seus efeitos para lá do modelo padrão da Física de Partículas, como, por exemplo, as interacções menos padronizadas entre neutrinos e neutrinos estéreis”, prosseguiu.

Os neutrinos são as partículas elementares mais pequenas na superfície solar, que comunicam com a matéria que as rodeia graças à gravidade e às conhecidas “interacções fracas” – presentes apenas entre distâncias bastantes mais pequenas que o tamanho do núcleo de um átomo.

Em 1960, os cientistas descobriram que neutrinos de um determinado tipo eram capazes de se transformar em outro tipo e, não possuíam massa nula, esta era apenas muito pequena. Desde então, e com base nesta descoberta, a comunidade científica tem estudado cuidadosamente estas partículas minúsculas, tentando calcular a sua massa com base nos diferentes tipos de neutrinos que são convertidos noutros.

Lançado em 2007, o projecto Borexino foi projectado exactamente para responder a esta questão, bem como a outros enigmas relacionado com os neutrinos.

Quantos tipos de neutrinos há no Sol?

Tal como explica Chepurnov, dependendo do tipo de reacção de fusão que ocorre no subsolo solar, cria-se um ou outro tipo de neutrino. Se soubermos em que proporção e número estão estas partículas, é possível determinar o que está a acontecer dentro da estrela – e, além disso, é também possível verificar se o que acontece corresponde ao que é descrito nas teorias já conhecidas e no próprio modelo padrão.

Visando atingir este objectivo, nos últimos 10 anos a equipa tem desenvolvido um “censo” sobres estas partículas, tendo por base a quantidade de neutrinos de carga diferente que são gerados pelo Sol e identificados pelo detector Borexino.

Cada centímetro quadrado do Sol produz cerca de 6 mil milhões de neutrinos por segundo. Outros 5 mil milhões são gerados a partir da desintegração do mineral berílio. Por sua vez, o nascimento de elementos pesados gera aproximadamente mais 800 milhões destas partículas. Os cientistas do projecto consideram uma margem de erro de 10%.

De acordo com Chepurnov, as três estimativas realizada são mais precisas do que as previsões do modelo padrão da Física de partículas.

No futuro, os cientistas pretendem medir o número exacto de neutrinos que surgem na formação de núcleos de carbono, nitrogénio e oxigénio. Os resultados serão essenciais para avaliar a quantidade de metais — de elementos mais pesados do que o hidrogénio e o hélio — existem sob a crosta solar e, finalmente, explorar os mistérios do ciclo de vida das maiores estrelas do Universo.

ZAP // SputnikNews

Por SN
27 Outubro, 2018

O Pirata dos Céus do Sul

Com o auxílio do instrumento FORS2, montado no Very Large Telescope do ESO, os astrónomos observaram a região de formação estelar activa NGC 2467 — por vezes referida como Nebulosa da Caveira e Ossos. A imagem foi obtida no âmbito do Programa Jóias Cósmicas do ESO, o qual tira partido das raras ocasiões em que as condições de observação não são adequadas para capturar dados científicos. Nestas alturas, em vez de permanecerem inactivos, os telescópios do ESO são usados para obter imagens do céu austral visualmente atraentes.

Esta imagem da região de formação estelar activa NGC 2467, por vezes referida como Nebulosa da Caveira e Ossos, tem tanto de sinistro como de bonito. A imagem de poeira, gás e estrelas jovens brilhantes ligadas gravitacionalmente em forma de uma caveira sorridente foi obtida pelo instrumento FORS montado no Very Large Telescope do ESO (VLT). Apesar dos telescópios do ESO serem normalmente usados para capturar dados científicos, às vezes observam também imagens como esta — bonitas por si mesmas.

É fácil perceber o motivo da alcunha Caveira e Ossos dada a este objecto, uma vez que esta formação jovem e brilhante assemelha-se bastante a uma caveira, da qual apenas se vê a boca aberta nesta imagem. A NGC 2467 situa-se na constelação da Popa.

Esta colecção nebulosa de enxames estelares é o lugar de nascimento de muitas estrelas, onde um excesso de hidrogénio gasoso fornece matéria prima para a formação estelar. Não se trata, de facto, de uma única nebulosa e os seus enxames estelares constituintes deslocam-se a velocidades diferentes. Apenas um alinhamento fortuito ao longo da linha de visão faz com que as estrelas e o gás se pareçam com uma cara humanoide quando vistos a partir da Terra. Esta imagem luminosa pode não dar aos astrónomos nenhuma informação nova, no entanto fornece-nos um visão do céu austral, resplandecente de maravilhas invisíveis ao olho humano.

A Popa faz parte das três constelações do céu austral com nomes náuticos que costumavam formar uma única constelação enorme, a constelação do Navio Argo, da história mítica de Jasão e os Argonautas. Esta constelação foi dividida em três partes: a Quilha, a Vela e a Popa. Apesar de ser um herói mítico, Jasão rouba o tosão de ouro, por isso esta nebulosa encontra-se não apenas no meio de um vasto navio celeste, mas também entre ladrões — um local mais que apropriado para esta “caveira pirata”.

Esta imagem foi obtida no âmbito do programa Jóias Cósmicas do ESO, uma iniciativa de divulgação científica, que visa obter imagens de objectos interessantes, intrigantes ou visualmente atractivos, utilizando os telescópios do ESO, para efeitos de educação e divulgação científica. O programa utiliza tempo de telescópio que não pode ser usado em observações científicas. Todos os dados obtidos podem ter igualmente interesse científico e são por isso postos à disposição dos astrónomos através do arquivo científico do ESO.

ESO – European Southern Observatory
24 de Outubro de 2018
eso1834pt — Foto de Imprensa

ONDAS GRAVITACIONAIS PODEM EM BREVE FORNECER MEDIÇÃO DA EXPANSÃO DO UNIVERSO

Cientistas da Universidade de Chicago estimam, com base na primeira deteção de uma colisão de duas estrelas de neutrões pelo LIGO, que podem ter uma medição extremamente precisa da velocidade de expansão do Universo dentro de 5 a 10 anos.
Crédito: Robin Dienel/Instituto Carnegie

Há vinte anos, os cientistas ficaram chocados ao perceber que o nosso Universo não está apenas a expandir-se, mas que está a expandir-se mais depressa com o passar do tempo.

A determinação da taxa exacta de expansão, chamada constante de Hubble, em honra ao famoso astrónomo Edwin Hubble, tem sido surpreendentemente difícil. Desde então, os cientistas usaram dois métodos para calcular o valor, com resultados angustiantemente diferentes. Mas a surpreendente captura de ondas gravitacionais do ano passado, oriundas de uma colisão de estrelas de neutrões, forneceu uma terceira forma de calcular a constante de Hubble.

Esse foi apenas um único ponto de dados de uma colisão, mas num novo estudo publicado no dia 17 de Outubro na revista Nature, três cientistas da Universidade de Chicago estimam que, dada a rapidez com que os investigadores viram a primeira colisão entre estrelas de neutrões, podem ter uma medida muita precisa da constante de Hubble dentro de cinco a dez anos.

“A constante de Hubble diz-nos o tamanho e idade do Universo; é o ‘santo Graal’ desde o nascimento da cosmologia. O seu cálculo, recorrendo às ondas gravitacionais, poderá dar-nos uma perspectiva inteiramente nova do Universo,” comenta o autor Daniel Holz, professor de física na Universidade de Chicago que foi co-autor do primeiro cálculo do género aquando da descoberta de 2017. “A questão é: quando é que muda o jogo para a cosmologia?”

Em 1929, Edwin Hubble anunciou que, com base nas suas observações de galáxias para lá da Via Láctea, estas pareciam estar a afastar-se de nós – e que quanto mais distante a galáxia, mais rápido estava a retroceder. Esta é uma pedra fundamental da teoria do Big Bang e iniciou uma busca de quase um século pela taxa exacta a que isto ocorre.

Para calcular a taxa de expansão do Universo, os cientistas precisam de dois números. Um é a distância até um objecto distante; o outro é quão rápido o objecto se afasta de nós devido à expansão do Universo. Se pudermos vê-lo com um telescópio, o segundo valor é relativamente fácil de determinar, porque a luz que vemos quando olhamos para uma estrela distante desvia-se para o vermelho à medida que se afasta. Os astrónomos há mais de um século que usam este truque para ver a velocidade com que um objecto se move – é como o efeito Doppler, no qual uma sirene muda de tom quando a ambulância passa por nós.

Grandes questões nos cálculos

Mas obter uma medida exacta da distância é muito mais difícil. Tradicionalmente, os astrofísicos usam uma técnica chamada escada de distâncias cósmicas, na qual o brilho de certas estrelas variáveis e super-novas pode ser usado para construir uma série de comparações que chegam até ao objecto em questão. “O problema, é que para lá chegar, existem muitos passos com muitas suposições,” comenta Holz.

Talvez as super-novas usadas como marcadores não sejam tão consistentes quanto se pensa. Talvez estejamos a confundir alguns tipos de super-novas com outros, ou exista algum erro desconhecido nas nossas medições das distâncias até estrelas próximas. “Há muita astrofísica complicada que pode prejudicar as leituras de várias maneiras,” realça.

A outra maneira importante de calcular a constante de Hubble é olhar para a radiação cósmica de fundo em micro-ondas – o pulso de luz criada no início do Universo, que ainda é vagamente detectável. Embora também seja útil, este método baseia-se igualmente em suposições sobre como o Universo funciona.

O surpreendente é que, embora os cientistas que fazem cada cálculo estejam confiantes nos seus resultados, estes não são iguais. Um diz que o Universo está a expandir-se quase 10% mais depressa do que o outro. “Esta é uma grande questão da cosmologia,” afirma o autor principal do estudo, Hsin-Yu Chen, na altura estudante da Universidade de Chicago e agora membro da Iniciativa Black Hole da Universidade de Harvard.

Então os detectores do LIGO captaram a sua primeira ondulação no tecido do espaço-tempo a partir da colisão de duas estrelas no ano passado. Isto não somente abalou o observatório, mas o próprio campo da astronomia: ser capaz de sentir a onda gravitacional e ver a luz do rescaldo da colisão com um telescópio deu aos cientistas uma nova e poderosa ferramenta. “Foi uma espécie de constrangimento de riquezas,” comenta Holz.

As ondas gravitacionais fornecem uma maneira completamente diferente de calcular a constante de Hubble. Quando duas estrelas massivas colidem uma com a outra, emitem ondulações no tecido do espaço-tempo que podem ser detectadas na Terra. Medindo esse sinal, os cientistas podem obter uma assinatura da massa e da energia das estrelas em colisão. Quando comparam essa leitura com a força das ondas gravitacionais, podem inferir a que distância elas estão.

Esta medição é mais limpa e contém menos suposições sobre o Universo, o que deve torná-la mais precisa, disse Holz. Juntamente com Scott Hughes do MIT, ele sugeriu a ideia de fazer esta medição com ondas gravitacionais emparelhadas com observações telescópicas em 2005. A única questão é a frequência com que os cientistas podiam captar estes eventos, e quão bons seriam os dados.

‘Só vai ficar mais interessante’

O artigo prevê que, assim que os cientistas tenham detectado 25 leituras de colisões de estrelas de neutrões, possam medir a expansão do Universo com uma precisão de 3%. Com 200 leituras, esse número diminui para 1%.

“Para mim foi uma grande surpresa quando entrámos nas simulações,” disse Chen. “Ficou claro que poderíamos alcançar precisão e que poderíamos alcançá-la rapidamente.”

Os cientistas dizem que um novo número preciso para a constante de Hubble seria fascinante, não importa a resposta. Por exemplo, uma razão possível para a incompatibilidade nos outros dois métodos é que a natureza da própria gravidade pode ter mudado com o tempo. A leitura também pode lançar luz sobre a energia escura, uma força misteriosa responsável pela expansão do Universo.

“Com a colisão que vimos no ano passado, tivemos sorte – estava perto de nós, foi relativamente fácil de encontrar e analisar,” comenta Maya Fishbach, estudante da Universidade de Chicago e outra autora do estudo. “As detecções futuras estarão muito mais distantes, mas assim que tivermos a próxima geração de telescópios, poderemos encontrar também contrapartes para essas detecções distantes.”

Está planeado que os detectores do LIGO comecem uma nova campanha de observações em Fevereiro de 2019, juntamente com os seus homólogos italianos no VIRGO. Graças a uma actualização, a sensibilidade dos detectores será muito maior – expandindo o número e distância de eventos astronómicos que podem captar.

“Só vai ficar mais interessante,” conclui Holz.

Astronomia On-line
26 de Outubro de 2018

ESTUDANTE DE DOUTORAMENTO DESCOBRE O PULSAR MAIS LENTO CONHECIDO

Impressão de artista do recém-descoberto pulsar de 23,5 segundos. Os pulsos de rádio têm origem numa fonte situada na direcção da constelação de Cassiopeia e podem ser vistos a viajar até ao núcleo do LOFAR. Esta fonte é um pulsar de rádio altamente magnetizado, visto na inserção. Os pulsos e a imagem do céu são derivados de dados reais do LOFAR.
Crédito: Danielle Futselaar e ASTRON

Um pulsar com aproximadamente 14 milhões de anos, com a rotação mais lenta já identificada, foi descoberto por uma estudante de doutoramento da Universidade de Manchester.

Chia Min Tan, estudante de doutoramento no Centro para Astrofísica Jodrell Bank, da Escola de Física e Astronomia de Manchester, fazia parte de uma equipa internacional que incluía outros astrónomos de Manchester, do ASTRON e da Universidade de Amesterdão.

A equipa realizou as observações usando o LOFAR (Low-Frequency Array), cujo núcleo está localizado na Holanda. As suas descobertas foram publicadas na revista The Astrophysical Journal.

Os pulsares são estrelas de neutrões que giram rapidamente e que produzem radiação electromagnética em feixes que emanam dos seus pólos magnéticos. Estes “faróis cósmicos” nascem quando uma estrela massiva explode numa super-nova. Depois de tal explosão, fica para trás uma “estrela de neutrões” super-densa e giratória com um diâmetro de apenas 20 quilómetros.

O pulsar com a rotação mais rápida conhecida, até à data, gira uma vez a cada 1,4 milissegundos, ou seja, 716 vezes por segundo ou 42.960 por minuto.

Até agora, o pulsar mais lento conhecido tinha um período de rotação de 8,5 segundos. Este novo pulsar, localizado na direcção da constelação de Cassiopeia a cerca de 5200 anos-luz da Terra, gira a uma taxa muito mais lenta de 23,5 segundos.

O que torna a descoberta ainda mais improvável é que a emissão de rádio dura apenas 200 milissegundos dos 23,5 segundos do período de rotação.

Chia Min Tan explica: “A emissão de rádio que vem de um pulsar age como um farol cósmico e só podemos ver o sinal se o feixe de rádio estiver voltado na nossa direcção. Neste caso, o feixe é tão estreito que podia ter facilmente falhado a Terra.

“Os pulsares de rotação lenta são ainda mais difíceis de detectar. É incrível pensar que este pulsar gira mais de 15.000 vezes mais lentamente do que o pulsar mais rápido conhecido. Esperamos encontrar mais com o LOFAR.”

Os astrónomos descobriram este novo pulsar durante o levantamento LOTAAS (LOFAR Tied-Array All-Sky Survey). Esta campanha procura pulsares no céu do hemisfério norte. Cada instantâneo da pesquisa tem a duração aproximada de uma hora. Este valor é superior ao usado em levantamentos anteriores e forneceu a sensibilidade necessária para descobrir este pulsar surpreendente.

Os astrónomos não só “ouviram” os pulsos regulares do sinal do pulsar, como também “viram” o pulsar no levantamento de imagens do LOFAR. O professor Ben Stappers, co-autor do estudo, também da Universidade de Manchester, disse: “Este pulsar foi brilhante o suficiente e gira devagar o suficiente para que pudéssemos vê-lo piscando nas imagens.”

O pulsar tem aproximadamente 14 milhões de anos, mas ainda possui um forte campo magnético. Jason Hessels, co-autor do estudo, do ASTRON e da Universidade de Manchester, acrescentou: “Esta descoberta foi completamente inesperada. Ainda estamos um pouco chocados que um pulsar possa girar tão lentamente e ainda produzir pulsos de rádio. Aparentemente, os pulsares de rádio podem ser mais lentos do que esperávamos. Isto desafia e informa as nossas teorias sobre como os pulsares brilham.”

O próximo passo para os astrónomos é continuar a sua pesquisa LOFAR para encontrar novos pulsares. Também planeiam observar a sua nova descoberta com o telescópio espacial XMM-Newton. Chia Min Tan acrescentou: “Este telescópio está desenhado para detectar raios-X. Se o pulsar super-lento for detectado como uma fonte de raios-X, então teremos importantes informações sobre a sua história e origem.”

Astronomia On-line
26 de Outubro de 2018

DUAS ESTRELAS TÃO PRÓXIMAS QUE QUASE SE TOCAM ENCONTRADAS DENTRO DE UMA NEBULOSA PLANETÁRIA

Imagem obtida pelo Telescópio Espacial Hubble da nebulosa planetária M3-1, a estrela central do que é na realidade um sistema binário com um dos períodos orbitais mais pequenos conhecidos.
Crédito: David Jones/Daniel López – IAC

Uma equipa internacional de astrónomos, liderada pelo investigador David Jones do Instituto de Astrofísica das Canárias e da Universidade de La Laguna, descobriu um sistema binário com um período orbital de pouco mais de três horas. A descoberta, que envolveu vários anos de campanhas de observação, não é apenas surpreendente devido ao período orbital extremamente pequeno, mas também porque, devido à proximidade de uma estrela com a outra, o sistema poderá resultar numa explosão de nova antes que a nebulosa de curta duração se dissipe. Os resultados do estudo foram publicados na prestigiada revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

As nebulosas planetárias são as conchas brilhantes de gás e poeira expelidas por estrelas parecidas com o Sol no final das suas vidas. “Em muitos casos, vemos que libertação é impulsionada pela interacção entre a estrela progenitora e uma companheira próxima, e isso leva à vasta gama de formas e estruturas elaboradas que vemos nas nebulosas,” explica Jones. O estudo focou-se na nebulosa planetária M3-1, uma firme candidata a ter sido o produto de um sistema binário devido aos seus espectaculares jactos, que são tipicamente formados pela interacção de duas estrelas. De acordo com Brent Miszalski, investigador do telescópio SALT na África do Sul e co-autor do trabalho, “sabíamos que tinha que conter um binário, por isso decidimos estudar o sistema para tentar entender a relação entre as estrelas e a nebulosa que formaram.”

As observações rapidamente confirmaram as suspeitas dos investigadores. “Quando começámos a observar, ficou imediatamente claro que era, de facto, um binário. Além disso, o brilho do sistema mudava muito depressa e isso podia significar um período orbital bastante curto,” realça Henri Boffin, investigador do ESO na Alemanha. De facto, o estudo revelou que a separação entre as estrelas é de aproximadamente 160.000 quilómetros, ou menos de metade da distância entre a Terra e a Lua.

Depois de várias campanhas de observação no Chile com o VLT (Very Large Telescope) do ESO e com o NTT (New Technology Telescope), os cientistas obtiveram dados suficientes para calcular as propriedades do sistema binário, como a massa, temperatura e tamanho de ambas as estrelas. “Para nossa surpresa, descobrimos que as duas estrelas eram muito grandes e que como estão tão próximas uma da outra, é muito provável que comecem a interagir novamente daqui a apenas alguns milhares de anos, talvez resultando numa nova,” acrescenta Paulina Sowicka, estudante de doutoramento no Centro Astronómico Nicolau Copérnico, Polónia.

O resultado contradiz as teorias actuais da evolução estelar binária que preveem que, ao formar a nebulosa planetária, as duas estrelas devem demorar um bom tempo antes de começar a interagem novamente. Quando o fizessem, a nebulosa deveria já ter-se dissipado e não ser mais visível. No entanto, uma explosão de nova em 2007, conhecida como Nova Vul 2007, foi encontrada dentro de outra nebulosa planetária, colocando os modelos em questão. “No caso de M3-1, encontrámos um candidato que talvez possa passar por uma evolução similar. Tendo em conta que as estrelas estão quase a tocar-se, não devem demorar muito para interagir novamente e, talvez, produzir outra nova dentro de uma nebulosa planetária,” conclui Jones.

Astronomia On-line
26 de Outubro de 2018

“Monstro-Galinha sem cabeça” filmado pela primeira vez no Oceano Antárctico

CIÊNCIA

Sem cabeça, com aparência de galinha, tentáculos para se mover e corpo transparente, esta criatura estranha foi filmada no fundo do mar do Oceano Antárctico, pela primeira vez. Um momento raro que ajuda a dar ainda mais fama ao “Monstro-Galinha sem cabeça”, como é conhecido este pepino do mar.

Cientificamente baptizado como Enypniastes eximia, este pepino do mar peculiar é mais familiarmente apelidado de “Monstro-Galinha sem cabeça”, dada a sua estranha aparência.

A criatura, que só tinha sido filmada antes no Golfo do México, em 2017, foi agora descoberta numa zona do Oceano Antárctico, graças a uma câmara subaquática desenvolvida pela Divisão Antárctica Australiana que faz parte do Departamento de Ambiente e Energia deste país.

Esta câmara foi criada para monitorizar a pesca comercial de linha longa e permitiu captar o estranho animal que tem de comprimento entre 6 a 25 centímetros, segundo um estudo divulgado em 1990.

Estas câmaras subaquáticas são lançadas à água anexadas a equipamentos de pesca, podendo alcançar profundidades de até três quilómetros abaixo do nível do mar, segundo refere o Mashable.com.

“Precisávamos de alvo que pudesse ser atirado do lado de um barco e continuar a operar de forma confiável sob pressão extrema, na completa escuridão, durante longos períodos de tempo”, explica Dirk Welsford, da Divisão Antárctica Australiana, num comunicado.

“Algumas das filmagens que estamos a receber das câmaras são de tirar o fôlego, incluindo espécies que nunca vimos nesta parte do mundo”, destaca Welsford.

Este elemento frisa que as câmaras estão a facultar “informação importante” sobre o fundo do mar, que pode contribuir para “melhorar práticas sustentáveis de pesca”.

As autoridades australianas esperam, agora, criar uma nova área protegida do Oceano Antárctico Oriental para proteger o “Monstro-Galinha sem cabeça”, bem como “a incrível abundância e variedade de vida marinha”, como aponta a responsável da Comissão para a Conservação dos Recursos da Vida Marinha Antárctida, Gillian Slocum.

ZAP //

Por ZAP
26 Outubro, 2018

Cientistas descobrem ancestral de jacaré com 65 milhões de anos

CIÊNCIA

Papa Pic / Flickr

Uma equipa de paleontólogos argentinos descobriu ossadas pertencentes a um ancestral de jacaré que terá habitado a Patagónia há 65 milhões de anos, quando o país sul-americano tinha um clima subtropical.

De acordo com a Agência para a Ciência e Tecnologia (CyTA), que avançou a descoberta nesta segunda-feira, os especialistas acreditam que o fóssil encontrado tem o dobro do tamanho comparativamente à espécie actual.

Os paleontólogos decidiram apelidar o espécime de peligrensis Protocaiman, uma vez que os restos fósseis foram encontrados em Punta Perigo, região localizada no Golfo San Jorge, entre as cidades argentinas de Comodoro Rivadavia e Bahía Bustamente, na província de Chubut.

Segundo a CyTA, estes jacarés pertencem a um grupo de crocodilos que habitaram os sistemas de água doce na América Central e do Sul. No entanto, salientam, a história evolutiva destes animais é ainda pouco conhecida, uma vez que os restos fósseis até agora encontrados estavam em mau estado de conservação.

A descoberta, publicada recentemente na revista Proceedings of the Royal Society of London, é especialmente importante para os cientistas da região pois permite traçar com mais detalhe o percurso da espécie pelas Américas.

“Permite uma revisão da árvore genealógica dos crocodilos e propõe, pela primeira vez, que os jacarés habitaram a América do Norte durante a época dos dinossauros e deslocaram-se para a América do Sul no Cretáceo – período que se estende entre 145 e 66 milhões de anos -, onde se dispersaram e diversificaram”, explicou a investigadora Paula Bona, do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (CONICET).

CyTA-Fundación Leloir
Fotomontagem do fóssil encontrado

Os investigadores acreditam ainda que o ancestral terá atingido, aproximadamente, o dobro do tamanho de um jacaré actual, aponta a CNN, citando a agência.

“Esta nova espécie representa um dos mais antigos fósseis de jacaré já encontrados”, rematou Paula Bona.

ZAP // RT
Por ZAP
26 Outubro, 2018

lha havaiana desapareceu do mapa (e a culpa foi do furacão Walaka)

Imagens de satélite, divulgadas esta semana, revelam que a East Island foi aniquilada por fortes tempestades na sequência do furacão Walaka, um dos furacões mais intensos do Pacífico, que atingiu a região no início do mês.

Imagens de satélite, divulgadas esta semana pelo Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos, mostram a faixa de areia branca quase inteiramente desaparecida após a passagem do furacão Walaka, que passou pelas ilhas do noroeste do Havai como uma enorme tempestade de categoria 3, no início deste mês.

East Island, juntamente com a vizinha Tern Island, também danificada pelo furacão, eram um importante local de reprodução de foca-monge-do-havai, uma espécie em grave perigo de extinção, e a casa da tartaruga verde, também ameaçada, além de outras espécies de aves marinhas. East Island era a segunda maior ilha do atol French Frigate Shoals e um autêntico abrigo de biodiversidade.

Este habitat vital, que agora existe apenas debaixo das ondas do mar, não poderá voltar a ser um território seguro e seco para estes animais. Apesar de os investigadores ainda não terem avaliado a escala da ameaça à vida selvagem local, sugerem que a escala é grave.

“As espécies são resilientes até certo ponto”, disse o biólogo Charles Littnan, da Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA). “Mas essa resiliência pode terminar.”

(dr) East Island after Hurricane Walaka
East Island, antes e depois do furacão

Ao Huffington Post, Charles Littnan, director da Administração Oceânica e Atmosférica dos EUA, disse que, muito provavelmente, vai demorar vários anos até se conseguir perceber o que a perda da ilha representa para estas espécies. Além disso, o biólogo destacou ainda que a probabilidade de ocorrências como esta aumenta com as alterações climáticas.

Por sua vez, o superintendente da reserva marinha de Papahanaumokuakea, Athline Clark, descreve as imagens de satélite como “impressionantes” e afirma que, apesar de as implicações a longo prazo não serem claras, o desaparecimento da ilha vai ter efeitos significativos nos ciclos de reprodução futuros.

Os cientistas não têm a certeza se o desaparecimento desta ilha é um incidente isolado. “Vamos assistir a muitas histórias semelhantes nos próximos anos“, escreveu o ambientalista Bill McKibben, citado pelo ScienceAlert.

ZAP //
Por ZAP
25 Outubro, 2018

Não, não bastou uma pancadinha e um reboot para reparar o Hubble

NASA
Telescópio espacial da NASA Hubble, lançado em 1990

Desde o início do mês que o telescópio espacial Hubble, lançado em 1990, não estava a funcionar. Mas não bastou desligar e voltar a ligar o equipamento.

Há 28 anos a vasculhar o espaço, a NASA já esperava que o telescópio Hubble reportasse algum tipo de avaria durante este ano, mas foi surpreendida com uma repentina avaria: o equipamento começou para direcções erradas comprometendo as observações do cosmos.

Kenneth Sembach, director do Instituto de Ciências do Telescópio Espacial, disse na altura que, apesar de estar programado para 2021 o lançamento do telescópio James Webb, o sucessor do Hubble, o plano era garantir que este se mantivesse operacional até pelo menos 2025.

E essa meta pode mesmo ser possível. Os engenheiros da NASA descobriram uma forma de reactivar o telescópio espacial, reparando um instrumento que não estava a funcionar correctamente, de acordo com o Extreme Tech.

A NASA decidiu colocar o Hubble em modo de hibernação depois de um dos seus giroscópios falhar. O Hubble precisa de três giroscópios activos para detectar o movimento e garantir que esteja apontado na direcção certa.

Segundo o The Washington Post, no dia 16 de Outubro, a agência espacial tentou pela primeira vez o método de desligar e ligar o equipamento. Mas isso não funcionou. “Assim, teria sido fácil”, disse Patrick Crouse, gestor de operações do Hubble.

Esta segunda-feira, a NASA explicou, numa nota publicada no seu site, a forma como fez a reparação. O equipamento foi testado a partir do dia 18, com manobras em direcções opostas, que serviram também para testar a sua velocidade. A partir do dia 19, as rotações do giroscópio foram normalizadas. Alguns testes ainda serão feitos antes que o Hubble possa voltar ao seu funcionamento regular.

“Sempre acreditámos que o giroscópio parecia ser útil e só tínhamos de conseguir recuperá-lo para o ser novamente”, disse Crouse.

A notícia também foi ao Twitter, onde a NASA diz que “depois de avaliar o desempenho do Hubble, espera-se que o telescópio volte à ciência como sempre“.

ZAP //
Por ZAP
25 Outubro, 2018

Astrónomos podem ter descoberto de que se “alimentam” os buracos negros

NASA/SOFIA/Lynette Cook

Os buracos negros são um mistério. Sabe-se muito pouco sobre estas densas regiões do espaço carregadas de gravidade, onde nem a luz consegue escapar. Um grupo de cientistas fez progressos neste sentido, podendo ter descoberto de que se “alimentam” os buracos negros.

Estima-se que os buracos negros supermassivos se escondam no coração da maioria das galáxias mas, até então, ninguém conseguiu explicar por que motivo alguns destes buracos negros “devoram” tudo que está à sua volta e outros não.

Recentemente, o Observatório Estratosférico para Astronomia Infravermelha (SOFIA) detectou que campos magnéticos “capturam” o pó acumulado no centro da galáxia activa Cygnus A, entregando-a depois ao buraco negro que está no seu centro.

A pesquisa, publicada em Julho na The Astrophysical Journal Letters, pode ajudar a elucidar os mecanismos que determinam a actividade dos buracos negros, explicando por que razão alguns são extremamente activos enquanto outros parecem estar a “adormecidos”.

Até então, os cientistas não foram capazes de explicar a actividade dos buracos negros, assim como também não conseguiram descobrir como se formam as nuvens de poeira nem como estas permanecem em torno do núcleo da galáxia – agora, e de acordo com as novas observações, a resposta pode estar nos campos magnéticos.

Os dados recolhidos pelo SOFIA sugerem que os campos magnéticos podem ser responsáveis por manter a poeira suficientemente perto, de forma a que o buraco negro consiga “saciar a sua fome”, devorando-a.

E, por isso, uma das diferenças fundamentais entre galáxias activas, como Cygnus A, e galáxias mais passivas, como é o caso da Via Láctea, pode ser a presença ou ausência de um forte campo magnético em torno do buraco negro.

O fenómeno foi observado através da câmara de alta precisão HAWC+, que capturou o comprimento de onda em infravermelho. Os campos magnéticos são especialmente difíceis de observar no espaço e, por isso, os cientistas recorrem à luz polarizada.

“Estas observações do HAWC+ são únicas. As imagens mostram-nos como é que a polarização infravermelha pode contribuir para o estudo das galáxias”, disse o astrónomo Enrique Lopez-Rodriguez do SOFIA.

ZAP // SputnikNews
Por ZAP
25 Outubro, 2018

A criatura viva mais pesada do Mundo está a ser devorada (e pode morrer)

Para um visitante desprevenido, o Pando não passa de mais um bosque de álamos. Porém, durante 14 mil anos, as suas raízes têm guardado um segredo genético que o torna bem mais interessante.

O Pando é uma área de 43 hectares perto de Fish Lake, no estado de Utah, nos EUA. Apesar de ser semelhante a outros bosques, alguns cientistas consideram-no como “o maior organismo vivo do mundo”.

O bosque é composto por 47 mil árvores, que estão ligadas por um sistema de raízes e, por isso, são idênticas geneticamente. “Todas estas árvores são, na realidade, uma só árvore”, explicou o geógrafo Paul Rogers, do departamento de Ecologia da Universidade Estatal do Utah.

O bosque reproduz-se, portanto, de duas formas. Uma acontece quando as árvores deixam cair as sementes que, depois, germinam. Mas a mais comum ocorre quando os seres libertam brotos das raízes, permitindo o nascimento de novas árvores, que são chamadas “clones”.

O Pando não é o único bosque clone, mas é o mais extenso. Como os especialistas o consideram como um só organismo, somam o peso de todas as árvores, o que significa que o bosque pesa cerca de 13 milhões de toneladas.

Desta forma, o bosque é o ser vivo mais pesado no planeta. Não se pode dizer que seja o maior organismo vivo do mundo porque, segundo alguns cientistas, essa liderança pertence ao fungo Armillaria ostoyae, localizado na Floresta Nacional de Malheur, em Oregon, EUA.

Rogers liderou um estudo, publicado na revista Plos One, que revela que nos últimos 40 anos o Pando deixou de crescer, tendo até diminuído de tamanho. O geógrafo não sabe quão rapidamente continuará em redução, mas acredita que “em 10 anos, irá diminuir de tamanho significativamente”.

Os alámos podem viver entre 100 a 130 anos. O problema é que estão a morrer sem que haja uma nova geração que os substitua. “É como se fosse uma cidade com 47 mil habitantes de 85 anos”, comparou Rogers.

De acordo com a investigação, a principal causa para a incapacidade de expansão é o facto de se ter concentrado na zona uma grande quantidade de veados e vacas, que comem os brotos antes que estes consigam crescer.

“Temos de começar a reduzir o número de animais que estão a comer as árvores“, alertou o especialista em Ecologia. “Se o bosque colapsar, todas as espécies que dependem dele também vão desaparecer”.

Para Rogers, as soluções passam por ampliar as cercas que protegem algumas zonas do bosque, trabalhar com os criadores de gado para que retirem as vacas da área e sacrificar alguns veados.

A ideia é “dar espaço ao Pando para que recupere”. “Aprender sobre o Pando serve para saber como viver de forma compatível com a nossa Terra”, concluiu o investigador.

ZAP // BBC
Por ZAP
25 Outubro, 2018

Design a site like this with WordPress.com
Iniciar