Terra atacada por extraterrestres hostis. Invasão começou em New Jersey

Há 80 anos, os EUA viveram horas de pânico com a primeira fake news de que há registo. Durante a emissão radiofónica da CBS, o ator Orson Welles interrompeu a programação para dar uma notícia de última hora: os marcianos estavam a invadir New Jersey. A notícia aterrorizou os ouvintes, que acreditaram que a Terra estava sob ataque de alienígenas hostis.

De acordo com o relato do locutor, tinham ocorrido explosões inusitadas em Marte e, como consequência, nuvens de gás dirigiam-se para a Terra. A música voltou à emissão, até que foi novamente interrompida por outra notícia igualmente assustadora: tinha sido avistado um objecto estranho num campo do estado norte-americano de New Jersey.

No entanto, as notícias eram falsas. O brilhante desempenho de Welles era, na verdade, a interpretação de uma versão de rádio-teatro do romance “A Guerra dos Mundos” (1898), de H. G. Wells, que narrava a invasão de extraterrestres ano nosso planeta.

Esta interpretação fazia parte de uma série semanal de transmissões dramáticas criadas em parceria com o Mercury Theatre on the Air para a emissora CBS, segundo a transcrição do próprio programa.

Para a produção deste episódio, Welles recorreu de forma genial a todos os recursos radiofónicos da época, interrompendo o programa musical com blocos de notícias de “última hora”. Além disso, o actor entrevistou ainda supostos especialistas e testemunhas oculares de foram a dar credibilidade à sua história.

Tal como nota a Deutsche Welle, a peça dava conta aos ouvintes que, apesar do perigo, era possível deter os invasores alienígenas, que iam incendiando exércitos completos e lançando gás tóxico na cidade de New York. O programa acabou por desencadear o pânico nas ruas da cidade.

Apesar de o programa ter conotações claramente teatrais, muitos dos norte-americanos sintonizados acreditaram que a ameaça alienígena era real, e as manchetes dos jornais no dia seguinte comprovaram isso mesmo – o pânico generalizado.

“Milhares de ouvintes saíram a correr das suas casas em New York e New Jersey, muitos dos quais com toalhas no rosto para se protegerem do ‘gás’ que o invasor estaria a espalhar”, escreveu o Daily News no dia seguinte, citado pelo Live Science.

British Library
Ilustração da edição de 1906 de “A Guerra dos Mundos”, de H.G.Wells, por Henrique Alvim Corrêa

No entanto, é importante frisar que, à luz da época, os americanos viviam sob o medo real que uma guerra atravessasse o país.

Na altura, em 1938, os norte-americanos iam recebendo informações terríveis sobre a Alemanha nazi, enquanto os britânicos já testavam máscaras de gás, caso fossem assolados por um ataque bélico. O EUA estavam envolvidos numa onda de medo.

Enquanto a peça teatral ia sendo transmitida, muitos norte-americano ligaram para a polícia, relatando nuvens de fumaça no horizonte, supostamente fruto das batalhas que as pessoas iam travando com os marcianos. Alguns habitantes foram ainda mais longe, afirmando ter visto alienígenas. Outros, por sua vez, estavam convencidos que os invasores fossem alemães. – o pânico estava instalado.

Como frisou a revista Slate, no 75º aniversário do programa de Orson Welles, as verdadeiras fake news só foram difundidas no dia seguinte através de meios de comunicação que descreveram histórias de pânico e histeria em massa nas ruas.

Na altura, jornais como o New York Times ou o Boston Daily Globe aproveitaram o momento para descredibilizar os novos média, rotulando-os com fonte pouco fidedigna e pouco responsável. Actualmente, acredita-se que essas notícias tenham sido clara e extremamente inflamadas, não sendo possível falar em histeria nas ruas.

(dr)
NYT

Curioso é que o pânico gerado pela adaptação da “Guerra dos Mundos” continua bem actual. E, também na época, a peça de Welles desencadeou discussão, até Adolf Hitler abordou o assunto, gracejando com “homenzinhos verdes que invadiam países”.

Apesar de o director da emissora explicar, em 1938, que o objectivo da emissão passava apenas pelo entretenimento, em 1955, e em entrevista à BBC, apresentou outras motivações: “Quando fizemos o programa dos marcianos, estávamos fartos de que tudo o que vinha dessa caixinha mágica, a da rádio, fosse simplesmente engolido”.

Assim, sustentou, a encenação foi, de certa forma, um ataque à credibilidade da rádio. “Nós queríamos fazer com que as pessoas entendessem que não podiam aceitar tudo o que saísse dos microfones”, explicou.

Tudo isto aconteceu há 80 anos, numa pacata noite de domingo, a 30 de Outubro, na véspera do Halloween. No entanto, o assunto não podia ser mais atual. As fake news assombram hoje, mais do que nunca, os média, afectando leitores, ouvintes e telespectadores.

É ainda de salientar que todo este pânico foi gerado numa época onde não existam redes sociais – que certamente teriam aguçado toda a polémica. Actualmente, as fake news não são menos recorrentes, o seu propósito é que é outro – passamos do entretenimento às campanha eleitorais e às influências nas urnas. É incontestável: as fake news são transversais ao próprio tempo.

ZAP // Deutsche Welle / LiveScience

Por ZAP
31 Outubro, 2018

O maior berçário de polvos do mundo foi descoberto no fundo do Pacífico

CIÊNCIA

Photograph by Alex Postigo,

Uma equipa de cientistas marinhos encontrou o maior “berçário” de polvos do mundo no fundo do Oceano Pacífico, perto da costa de Monterey, no estado norte-americano da Califórnia. 

A descoberta, levada a cabo por uma expedição científica do projecto EVNautilus, detectou o maior viveiro de polvos já encontrado nas fendas de um vulcão submarino extinto, contabilizando mais de mil espécimes.

Esta impressionante concentração de polvos (Muusoctopus robustus) foi encontrada numa área rochosa e inexplorada, localizada a cerca de 3 mil metros de profundidade. A maioria das fêmeas da colónia tinham as suas extremidades invertidas, debruçando-se sobre os seus ovos de forma a protegê-los.

De acordo com os média locais, esta é a segunda vez que uma aglomeração deste tipo é descoberta. O primeiro “berçário” foi descoberto na Costa Rica no entanto, a sua dimensão era mais pequena do que o agora encontrado na Califórnia.

Nunca descobrimos algo assim na costa oeste dos Estados Unidos (…) nem nunca descobrimos no mundo algo com estes números”, disse o investigador Chad King.

Esta é uma descoberta sem precedentes. Os polvos são amplamente conhecidos como animais solitários, sendo raro encontrar tantos exemplares num só local – embora estudos recentes afirmem que estes animais não são tão solitários como imaginávamos.

“Descemos o flanco este da pequena colina e foi aí que, inesperadamente, começamos a ver algumas dúzias de polvos aqui, dúzias de polvos ali, dúzias de dúzias, dezenas em toda a parte“, acrescentou King em declarações à National Geographic.

O especialista explicou que a descoberta sugere que existem potenciais “habitats essenciais” para diferentes espécies e, por isso, é necessário proteger a área.

Além disso, notaram os cientistas, a água parecia brilhar em vários lugares onde os polvos se concentravam, como uma espécie de “oásis ou uma onda de calor”.

Os especialistas acreditam que pode estar a sair água quente do afloramento rochoso, fazendo com que os polvos escolham resguardar-se nesses pontos, de forma a utilizar o calor para ajudar na incubação do seus ovos.

“Parecia, definitivamente, que os polvos queriam estar lá“, rematou King.

ZAP // RT / ScienceAlert

Por ZAP
31 Outubro, 2018

Nove anos e 2600 planetas depois, o telescópio Kepler reforma-se

Foi o responsável pelo primeiro levantamento de planetas da Via Láctea

© Via site da agência espacial NASA

O telescópio Kepler, que durante nove anos encontrou mais de 2600 planetas para lá do Sistema Solar, deixou de estar operacional, anunciou a agência espacial norte-americana NASA, esta terça-feira. A inactividade chegou por ter ficado sem combustível numa órbita “segura, longe da Terra”.

“Enquanto primeira missão de caça-planetas da NASA, o Kepler excedeu todas as nossas expectativas e abriu o caminho para a exploração da vida no Sistema Solar e para além dele”, explica o responsável pelas missões da NASA em Washington, Thomas Zuburchen, num comunicado da agência espacial.

Embora não vá continuar a recolher informações cientificas, ainda restam dados por analisar que os cientistas recolheram antes dos avisos da falta de combustível começarem, menciona a astrofísica da NASA Jessie Dotson no mesmo comunicado.

Kepler foi responsável pelo primeiro levantamento de planetas na Via Láctea, muitos deles do tamanho da Terra. Permitiu ainda concluir que 20 a 50% das estrelas visíveis no céu à noite podem tratar-se de pequenos e rochosos planetas semelhantes à Terra, alguns sugerem mesmo a possibilidade da existência de condições favoráveis à vida, segundo a NASA.

O telescópio, lançado a 6 de Março de 2009, combinava tecnologias de ponta para medir o brilho estelar com a maior câmara digital para observações espaciais da altura. Foi posicionado originalmente para vigiar 150 000 estrelas em movimento na constelação de Cygnus.

Agora, a missão fica a cargo do telescópio TESS, que procurará planetas no céu inteiro, ao contrário de Kepler que apenas cobria uma parte. O novo telescópio foi lançado em Abril, com a colaboração do investigador português do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço Tiago Campanto.

Diário de Notícias
DN
30 Outubro 2018 — 22:03

As luzes estão a apagar-se: galáxia vizinha da Via Láctea está a morrer lentamente

(dr) CSIRO
Radiotelescópio australiano ASKA Pathfinder (ASKAP) da CSIRO

A uma distância de 200.000 anos-luz da Terra, a Pequena Nuvem de Magalhães está a morrer lentamente. A galáxia está a perder a capacidade de formar novas estrelas, transformando-se num gás intergaláctico à medida que o tempo passa.

Os astrónomos conseguiram testemunhar a morte lenta da Pequena Nuvem de Magalhães através do poderoso radiotelescópio australiano Australian Square Kilometre Array Pathfinder (ASKAP). “Conseguimos acompanhar a saída de gás de hidrogénio da Pequena Nuvem de Magalhães”, contou Naomi McClure-Griffiths, da Universidade Nacional da Austrália.

Esta galáxia pode deixar de ser capaz de formar novas estrelas caso perca todo o seu gás. “Geralmente, as galáxias que param gradualmente de formar estrelas, caem no esquecimento. É uma espécie de morte lenta para uma galáxia”, referiu a cientista.

A Pequena Nuvem de Magalhães, a cerca de 200.000 anos-luz da Terra, é absolutamente minúscula, com apenas 7.000 anos-luz de diâmetro – menos de um décimo do tamanho da Via Láctea. Ainda assim, a galáxia é visível a olho nu no hemisfério sul.

Esta é uma das várias galáxias que orbitam a Via Láctea e surge emparelhada com a Grande Nuvem de Magalhães como uma espécie de sistema de galáxias binárias. Na prática, as duas galáxias anãs orbitam-se uma à outra enquanto, em conjunto, orbitam a Via Láctea.

Ao longo do tempo, tem sido teorizado que galáxias anãs como estas desempenham um papel crítico na evolução do Universo. Porquê? Graças ao feedback estelar, ou seja, quando as estrelas massivas conduzem potentes fluxos de gás, energia, massa e metais para o meio intergaláctico através de ventos estelares e explosões de super-novas.

Isto então enriquece o meio intergaláctico e regula a formação de estrelas. Além disso, este processo não é fácil de observar em acção.

Ainda assim, foi possível graças ao campo de visão do radiotelescópio Australian Square Kilometre Array Pathfinder (ASKAP). Os cientistas foram, assim, capazes de observar toda a galáxia e as suas saídas de hidrogénio atómico, um ingrediente crítico para a formação de estrelas. Através desta observações, foi possível obter a primeira medição clara da quantidade de massa perdida de uma galáxia anã.

No artigo científico, publicado esta segunda-feira na Nature Astronomy, a equipa demonstrou que as “descargas” de hidrogénio atómico se estenderam por, pelo menos, 6.523 anos-luz da barra de formação de estrelas da galáxia. No fundo, as saídas formaram-se de 25 a 60 milhões de anos atrás.

De acordo com a equipa, o fluxo de massa inferido do gás atómico é, pelo menos, uma ordem de magnitude maior do que a taxa de formação de estrelas. Em suma, a Pequena Nuvem de Magalhães está a explodir hidrogénio atómico mais rápido do que produz novas estrelas.

Esta é uma má notícia para a sobrevivência desta galáxia, mas pode ser uma boa notícia para o espaço ao seu redor, assim como para os astrónomos que procuram novas pistas sobre o feedback estelar das galáxias anãs.

“Em última análise, a Pequena Nuvem de Magalhães provavelmente será engolida pela nossa Via Láctea”, afirmam os cientistas.

ZAP // ScienceAlert

Por ZAP
31 Outubro, 2018

Sonda Parker Solar Probe bate recordes de aproximação ao Sol e velocidade

Lembram-se da Sonda Parker Solar Probe da NASA que foi lançada em Agosto de 2018? Esta sonda será a primeira que vai “tocar” no Sol e, de acordo com dados recentes, há já recordes alcançados.

Esta sonda espacial, lançada há 78 dias, já bateu dois recordes: está mais perto do Sol do que qualquer outro engenho fabricado pelo Homem e é a mais rápida da História da conquista do espaço.

Foi esta segunda-feira que a sonda espacial Parker Solar Probe superou o recorde de aproximação do Sol. De acordo com a NASA, a sonda lançada a 12 de Agosto está a apenas 42,73 milhões de quilómetros do astro rei, batendo o recorde de Abril de 1976 conseguido pela sonda americano-alemã Helios-2.

Nos próximos sete anos esta sonda vai efectuar 24 aproximações ao Sol acabando por chegar a cerca de 6 milhões de quilómetros de distância em 2024. De acordo com a NASA, a sonda aproximar-se-à ainda mais do sol já a 31 de Outubro e tentará ficar ainda mais próxima já no dia 5 de Novembro.

Além do recorde de aproximação, esta sonda bateu também o recorde do engenho espacial mais rápido da História, ao conseguir atingir 247 mil quilómetros por hora. De relembrar que o anterior recorde pertencia também à sonda Helios-2 que conseguiu bater o recorde de velocidade em 1976.

Sonda tem de sobreviver a temperaturas elevadíssimas

A Sonda espacial Parker Solar Probe tem de conseguir superar temperaturas de 1400 K (1127 °C). Para tal, a sonda tem um escudo térmico, feito à base de carbono, que lhe permite superar tais temperaturas. À superfície, a temperatura do Sol atinge os 5.500ºC. Na coroa, a parte mais exterior da sua atmosfera, visível como um anel durante os eclipses, os termómetros chegam aos 2 milhões de graus Celsius, segundo revela a SIC notícias.

Qual a missão desta sonda?

A sonda tem como principais objectivos investigar as partículas de energia, as flutuações magnéticas e os ventos solares. Os cientistas da NASA esperam obter fotografias para melhor compreenderem “um ambiente tão estranho para nós”, diz um especialista sobre o Sol da NASA Alex Young.

A missão só terminará em 2024.

pplware
30 Out 2018

O Universo pode não ser real

ESO/M. Kornmesser

Através da variação da entropia de um sistema criada por Ludwig Boltzmann, surgiu a ideia de que o Universo poderá ser o resultado de uma flutuação quântica que criou as nossas entidades auto-conscientes.

Ludwig Boltzmann, um físico austríaco nascido em 1844,  chegou à conclusão, durante os seus estudos, que enquanto a entropia de um sistema – a medida da desordem das partículas num sistema físico – aumenta, há uma pequena possibilidade de uma flutuação quântica organizar um outro sistema em desordem.

Essa flutuação quântica, segundo alguns cientistas, terá originado o nosso Universo.

Contudo, a partir deste trabalho já antigo, surgiu a ideia de que é mais provável que uma flutuação quântica origine algo mais simples do que algo tão complexo como todo o Universo que nos envolve.

Ora, essa conclusão de que a flutuação quântica teve de originar algo mais simples do que o Universo, levou os cientistas a equacionar o que poderia ser.

A solução apresentada pelos cientistas afirma que a solução para esse enigma é a nossa própria entidade consciente que acredita ser uma pessoa inserida num mundo cheio de pessoas e histórias.

Contudo, a pessoa (que afinal seria apenas uma entidade auto-consciente) só teria conhecimentos e experiências “pessoais” criadas pela flutuação quântica que a originou.

Em conclusão, a teoria afirma que nada existe no Universo para além da nossa autoconsciência – ou seja, nós não existimos, apenas a nossa autoconsciência existe e cria todo o Universo.

Estas entidades auto-conscientes são chamadas “Cérebros de Boltzmann”, expressão cunhada em 2004 pelos físicos Andreas Albrecht e Lorenzo Sorbo,

O conceito destes “Cérebros de Boltzman” tem sido criticado por alguns cientistas, essencialmente por ser um paradoxo filosófico que não pode ser provado.

O cosmologista e professor de física Sean Caroll, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, diz que estes cérebros são “cognitivamente instáveis” e “não podem simultaneamente ser reais e justificadamente credíveis”.

Apesar de parecer uma ideia demasiado “fora da caixa”, a teoria não consegue ser desmontada e contradita pois, qualquer argumento utilizado contra ela poderá ser uma simples alucinação criada pela nossa entidade auto-consciente.

Apoiantes destes pensamentos solipsistas têm aparecido com mais frequência e até o visionário Elon Musk já afirmou acreditar que vivemos numa simulação.

ZAP // HypeScience / Big Think

Por HS
30 Outubro, 2018

ASTRÓNOMOS CONFIRMAM COLISÃO ENTRE DUAS GALÁXIAS SATÉLITES DA VIA LÁCTEA

Esta imagem mostra uma vista geral da Pequena Nuvem de Magalhães e foi composta a partir de duas exposições do DSS2 (Digitized Sky Survey 2), que digitalizou levantamentos fotográficos do céu nocturno.
Crédito: Davide De Martin (ESA/Hubble)

Se, numa noite limpa, se encontrar no hemisfério sul, poderá ver duas nuvens luminosas deslocadas da Via Láctea.

Estas nuvens de estrelas são galáxias satélites da Via Láctea, chamadas Pequena Nuvem de Magalhães e Grande Nuvem de Magalhães.

Usando dados recém-divulgados da um novo e poderoso telescópio espacial, astrónomos da Universidade do Michigan descobriram que a região sudeste, ou “Asa”, da Pequena Nuvem de Magalhães, está a afastar-se do corpo principal dessa galáxia anã, fornecendo a primeira evidência inequívoca de que a Pequena e a Grande Nuvem de Magalhães colidiram recentemente.

“Este é realmente um dos nossos resultados empolgantes,” comenta Sally Oey, professora de astronomia na Universidade de Michigan e autora principal do estudo. “Podemos realmente ver que a ‘Asa’ é a sua própria região separada que está a afastar-se do resto da Grande Nuvem de Magalhães.”

Os resultados foram publicados na revista The Astrophysical Research Letters.

Juntamente com uma equipa internacional, Oey e o investigador Johny Dorigo Jones estavam a examinar a Pequena Nuvem de Magalhães em busca de estrelas “fugitivas”, estrelas que foram expelidas de enxames no interior da galáxia anã. Para observar esta galáxia, usaram um recente lançamento de dados do Gaia, um telescópio espacial da Agência Espacial Europeia.

O Gaia está desenhado para fotografar as estrelas várias vezes ao longo de um período de vários anos a fim de traçar os seus movimentos em tempo real. Dessa forma, os cientistas podem medir como as estrelas se movem pelo céu.

“Temos observado estrelas muito massivas e quentes – as estrelas mais quentes e luminosas, que são bastante raras,” afirma Oey. “A beleza da Pequena Nuvem de Magalhães e da Grande Nuvem de Magalhães é que são as suas próprias galáxias, de modo que estamos a observar todas as estrelas massivas numa única galáxia.”

O estudo de estrelas numa única galáxia ajuda os astrónomos de duas maneiras: em primeiro lugar, fornece uma amostra estatisticamente completa das estrelas numa galáxia-mãe. Em segundo lugar, isto dá aos astrónomos uma distância uniforme de todas as estrelas, o que ajuda a medir as suas velocidades individuais.

“É realmente interessante que o Gaia tenha obtido os movimentos próprios destas estrelas. Estes movimentos contêm tudo o que estamos a ver,” afirma Dorigo Jones. “Por exemplo, se observarmos alguém a andar na cabine de um avião em voo, o movimento que vemos contém o do avião, bem como o movimento muito mais lento da pessoa a caminhar.

“Removemos o movimento em massa de toda a Pequena Nuvem de Magalhães para aprender mais sobre as velocidades de estrelas individuais. Estamos interessados na velocidade de estrelas individuais porque estamos a tentar entender os processos físicos que ocorrem na nuvem.”

Oey e Dorigo Jones estudam estrelas em fuga para determinar como foram expulsas desses aglomerados. Num mecanismo, chamado de cenário de super-nova binária, uma estrela num par ligado gravitacionalmente explode como uma super-nova, ejectando a outra estrela como uma fisga. Este mecanismo produz estrelas binárias emissoras de raios-X.

Outro mecanismo é que um enxame de estrelas gravitacionalmente instável eventualmente ejecta uma ou duas estrelas do grupo. Isto é chamado de ejecção dinâmica, que produz estrelas binárias normais. Os investigadores encontraram números significativos de estrelas fugitivas entre binários de raios-X e binários normais, indicando que ambos os mecanismos são importantes na expulsão de estrelas de enxames.

Ao observar estes dados, a equipa também observou que todas as estrelas da Asa – a parte sudeste da Pequena Nuvem de Magalhães – estão a mover-se numa direcção e velocidade semelhantes. Isto demonstra que a Pequena e a Grande Nuvens de Magalhães provavelmente tiveram uma colisão há algumas centenas de milhões de anos.

Gurtina Besla, colaboradora do estudo e astrónoma da Universidade do Arizona, modelou a colisão da Pequena com a Grande Nuvem de Magalhães. Ela e a sua equipa previram, há alguns anos, que uma colisão directa faria com que a região da Asa da Pequena Nuvem de Magalhães se movesse em direcção à Grande Nuvem de Magalhães, ao passo que se as duas galáxias simplesmente passassem perto uma da outra, as estrelas da Asa estariam movendo-se numa direcção perpendicular. Em vez disso, a Asa afasta-se da Pequena Nuvem de Magalhães, em direcção à Grande Nuvem de Magalhães, realça Oey, confirmando que ocorreu uma colisão directa.

“Nós queremos o máximo possível de informações sobre estas estrelas a fim de restringir melhor esses mecanismos de ejecção,” comenta Dorigo Jones. “Todos nós gostamos de ver imagens de galáxias e de nebulosas incrivelmente distantes. No entanto, a Pequena Nuvem de Magalhães está tão perto de nós que até podemos ver a sua beleza no céu nocturno à vista desarmada. Estes factos, juntamente com os dados do Gaia, permitem-nos analisar os movimentos complexos de estrelas dentro da Pequena Nuvem de Magalhães e até determinar factores da sua evolução.”

Astronomia On-line
30 de Outubro de 2018

 

Produção de alcatrão em escala industrial impulsionou a Era Viking

CIÊNCIA

(dr) Michael Zeno Diemer (1911)

Os vikings eram os verdadeiros produtores de alcatrão. Com os seus majestosos navios, cobertos de alcatrão, viajaram ao longo dos rios russos, conduzindo o comércio a regiões do Império Romano. Os seus métodos de produção eram um mistério, que acaba de chegar ao fim.

Os vikings adquiriram a capacidade de produzir alcatrão em escala industrial no século 8 d.C.. O alcatrão era aplicado nas tábuas e velas dos navios, usados pelos vikings no comércio. O mais recente estudo, publicado na Antiquity, sugere que, sem a capacidade de produzir grandes quantidades de alcatrão, a Era Viking nunca teria acontecido.

Embora o alcatrão pareça uma invenção moderna, não o é. Na verdade, os vikings usavam e abusavam do alcatrão, embora os seus métodos de produção permaneçam um autêntico mistério para arqueólogos e historiadores. Este estudo recente propôs-se a responder a esta questão, revelando o método único de produção de alcatrão usado pelos vikings.

Andreas Hennius, do Departamento de Arqueologia e História Antiga da Universidade de Uppsala, na Suécia,e único autor do estudo, relata a descoberta de grandes poços produtores de alcatrão na província sueca de Uppland.

Photo and diagram of a funnel-shaped Viking tar pit.
Image: A. Hennius, 2018/Antiquity

Nos últimos 15 anos, os arqueólogos descobriram um número surpreendente desses poços extra-grandes, datados entre 680 e 900 d.C.. Esta datação, através do carbono, coincide com a Era Viking, (aproximadamente de 750 a 1050 d.C.). O cientista adianta que os Vikings usaram o alcatrão para selar e proteger estruturas feitas de madeira, como navios, e para velas impermeáveis.

Os poços de alcatrão encontravam-se localizados a grandes distâncias das aldeias, muito provavelmente devido à existência de um ingrediente essencial na produção do carvão: as florestas cheias de madeira.

À semelhança dos poços de alcatrão da Europa Moderna Antiga, os poços Viking apresentavam a forma de funil, mas em vez de usar um tubo de saída, os Vikings colocaram um recipiente, com cerca de um metro, no fundo do poço para recolher as pingas. Esta técnica exigia que os vikings cavassem o buraco para remover o recipiente e o seu conteúdo.

Os buracos que os vikings cavavam eram, segundo os arqueólogos, enormes, capazes de albergar 200 a 500 litros de alcatrão durante cada ciclo de produção. Esta descoberta mostra que os vikings, já no século VIII d.C., haviam adquirido a capacidade de produzir alcatrão em escala industrial.

(dr) Andreas Hennius

Construir, operar e manter estes poços na floresta exigiu um trabalho considerável por parte do povo viking, afirma Hennius, acrescentando que tarefas como empilhar madeira, cortar árvores e manejo florestal foram, sem dúvida, essenciais.

Este nível de produção de alcatrão parece, à primeira vista, excessivo, mas é consistente com os desenvolvimentos na construção naval e expansão marítima da Era Viking..

“O alcatrão é muito útil para proteger a madeira da decomposição na construção de casas, mas especialmente no transporte”, disse o investigador. “O alcatrão foi usado em grandes quantidades até que os barcos fossem feitos de aço. Para os navios Vikings, o alcatrão não era usado apenas para a madeira nas tábuas, mas também para a calafetagem entre as tábuas e as velas.”

“Este estudo apresenta um recurso de produção de alcatrão que é desconhecido para a maioria das pessoas”, referiu Hennius ao Gizmodo. “Tanto as mudanças como o aumento da produção de alcatrão foram fundamentais para a cultura marítima Viking.

É importante, todavia, ressalvar que este estudo é baseado em evidências limitadas a uma área geográfica na Suécia. Outras escavações e investigações fornecerão uma imagem mais clara da produção de alcatrão Viking.

ZAP // Gizmodo

Por ZAP
30 Outubro, 2018

 

MIT desenvolve robôs tão pequenos como células (e em larga escala)

TECNOLOGIA

Felice Frankel / MIT

Pesquisadores do MIT desenvolveram uma tecnologia capaz de criar robôs tão pequenos como células — e em larga escala.

As células são unidades biológicas tão pequenas que só podem ser observadas ao microscópio. Elas compõem os nossos tecidos, órgãos e ossos. Agora, inspirados nas células de nosso organismo, investigadores do MIT desenvolveram uma tecnologia capaz de criar robôs tão pequenos como células — e em larga escala.

Os minúsculos robôs do MIT  foram chamados de syncells, uma abreviatura do termo em inglês para “células sintéticas”. De acordo com a equipa, estes robôs minúsculos podem ser usados por exemplo na monitorização das condições de funcionamento de oleodutos ou gasodutos, ou para procurar doenças na corrente sanguínea de animais e humanos.

Os nano-robôs podem operar em materiais atomicamente finos e quebradiços, que permitem o processo de auto-perfuração — que envolve direccionar linhas de fractura para criar pequenas bolsas de tamanho e formato específicos, em que há circuitos electrónicos para recolher, gravar e gerar dados.

Para que isso seja possível, é preciso adicionar uma camada de grafeno sobre uma superfície, em que pequenos pontos de um polímero contendo os fragmentos electrónicos são depositados usando impressão 3D. Então, uma segunda camada de grafeno é depositada em cima da das anteriores.

No fim do processo, a estrutura vai-se esticando até que haja a ruptura desejada, e as syncells entram então em acção. De acordo com os investigadores do MIT, este processo abre as portas para a criação de ferramentas para micro e nano-fabricação.

ZAP // CanalTech / MIT

Por CT
29 Outubro, 2018

Arqueólogos descobriram o salão de festas do faraó Ramsés II

CIÊNCIA

Egyptian Ministry of Antiquities
Arqueólogos descobriram o Salão de festas de Ramses II

Arqueólogos da Universidade Ain Shams, no Cairo, encontraram nas ruínas do bairro árabe de Matariya o salão de festas do faraó egípcio Ramsés II. Durante o seu reinado, a zona correspondia à cidade de Heliópolis, uma das capitais do antigo país dos faraós.

A equipe de arqueólogos conseguiu identificar um conjunto de portas, paredes e instalações, que inclui um recinto em redor. Obras de perfuração efectuadas em Março deste ano possibilitaram a descoberta, detalhou o comunicado divulgado pelo Conselho Supremo de Antiguidades egípcio na quinta-feira.

Ramsés II foi o terceiro faraó da XIX dinastia egípcia, que reinou entre 1279 a.C. e 1213 a.C. O seu reinado é muitas vezes considerado o mais prestigiado da história egípcia no aspectos económico, cultural e militar.

O investigador responsável pala expedição, professor Mamduh al Damati, afirmou estar  impressionado pela unicidade do salão real, sem igual em qualquer construção do Império Novo egípcio.

Segundo o professor, a câmara cerimonial foi usada para celebrações reais não apenas durante o reinado de Ramsés II, mas também nos tempos dos seus sucessores. Os arqueólogos encontraram no recinto um artefacto do rei Ramsés III, que reinou cerca de três décadas depois de Ramsés II.

Entre os achados mais importantes destaca-se uma grande tigela de cerâmica, encontrada na sua posição original. De acordo com os arqueólogos, após o fim da época de Ramsés, a tigela poderá ter servido para abastecer com trigo um templo de Rá próximo do local.

As imagens distribuídas pelo Conselho Supremo de Antiguidades mostram a parte elevada da sala com um suposto trono real. Estão particularmente bem conservados quatro degraus, que separam a estrutura do chão.

A descoberta arqueológica foi anunciada alguns dias depois de um espectáculo especial, organizado pelas autoridades para delegações internacionais, em comemoração ao 50º aniversário do transporte, peça por peça, do templo de Ramsés II em Abu Simbel.

ZAP // Sputnik News

Por SN
29 Outubro, 2018

Submarino nazi com toneladas de mercúrio ameaça o mar na Noruega

DESTAQUES

A 9 de Fevereiro de 1945, nos últimos meses da Segunda Guerra Mundial, o submarino alemão U-864 navegava pela costa oeste da Noruega carregado de matérias-primas para fabricar equipamento bélico – incluindo chumbo, aço e 65 toneladas de mercúrio.

A missão do U-864, chamada Operação César, era chegar até ao Japão, país aliado da Alemanha, com o objectivo de fortalecer o arsenal japonês na 2ª Guerra Mundial. A tripulação do submarino era de 73 pessoas, incluindo cientistas que trabalhavam para o regime nazi, e que iriam passar o seu conhecimento aos japoneses.

Mas a operação fracassou.

Um submarino britânico, o HMS Venturer, conseguiu interceptar o U-864 e torpedeou-o. Todos os ocupantes morreram.  O ataque entrou para a história como o único episódio da guerra em que um submarino submerso conseguiu destruir outro que também estava no fundo do mar.

Em 2003, passados 58 anos, a Marinha norueguesa encontrou os destroços do U-864, a duas milhas náuticas de distância da ilha Fedje. E a descoberta trouxe preocupações para as autoridades do país.

O submarino, cujos destroços estão a 150 metros de profundidade, está fendido em duas partes, na proa e na popa, e diversos fragmentos da embarcação repousam à volta. Agora, as autoridades norueguesas discutem qual é a melhor forma de lidar com o risco de contaminação trazido pela carga de mercúrio que ainda está no interior do U-864.

Kystverket / Norwegian Coastal Administration
Imagens captadas por sondas mostram que o U-864 está a 150 metros de profundidade

Nos anos após a descoberta dos destroços, estudos indicaram que a concentração de mercúrio nas proximidades do submarino estava acima de limites aceitáveis. Em 2005, a Autoridade de Segurança Alimentar norueguesa recomendou que crianças e mulheres grávidas não comessem alimentos que tivessem sido pescados naquela região.

Um estudo do Instituto Nacional de Investigação sobre Nutrição e Alimentos Marinhos concluiu que os peixes que tinham sido expostos a sedimentos da zona em que o submarino se encontra tinham níveis de mercúrio quatro vezes mais altos que os peixes de outras áreas da costa norueguesa.

Em 2014, a Administração Costeira da Noruega levantou outra preocupação: remover os destroços do submarino faria com que o material tóxico se espalhasse. Para evitar que o submarino se movesse durante eventuais tremores no leito marinho, foram lançados sobre os destroços 100.000 m3 de areia e rochas, para estabilizar a área.

As autoridades norueguesas decidiram agora que cobrir o submarino é a solução mais segura e ambientalmente correcta. Segundo comunicado recente do Ministério dos Transportes do país, será lançado sobre os destroços uma espécie de “cobertor” com uma área de 47.000 m2.

Se tudo correr bem, a cobertura estará concluída até 2020, “para proteger os destroços, os sedimentos contaminados e uma zona de transição de 17.000 m2“. O objectivo é conter o mortífero legado – que poderia desencadear um dos piores desastres ecológicos de sempre no Mar do Norte.

ZAP // BBC

Por CC
29 Outubro, 2018

Cientistas descobrem dois novos “satélites” naturais da Terra

CIÊNCIA

(dr) Lauri Voutilainen

Uma equipa de cientistas húngaros confirmou a existência de duas gigantescas nuvens de poeira a circular em volta da Terra, a uma distância de cerca de 400 mil quilómetros.

Segundo explica Judit Sliz Balogh, da Universidade de Budapeste, na Hungria, autora principal do estudo publicado este mês na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, “as nuvens de Kordylewski são os dois objectos mais imperceptíveis na vizinhança imediata da Terra”.

“Elas estão mais ou menos à mesma distância que a Lua, e é por isso que os astrónomos nunca conseguem vê-las. Por isso, estamos muito satisfeitos por ter podido confirmar a existência destes dois pseudo-satélites do nosso planeta“, diz Balogh.

Já no século XVIII, os cientistas tinham estabelecido que pequenos corpos celestes podem mover-se na mesma órbita que um planeta se estiverem perto de pontos em frente ou atrás do planeta, os chamados Pontos de Troia, nos quais a gravidade do Sol e do planeta está equilibrada.

Actualmente, são conhecidos seis quasi-satélites da Terra: 2016 HO3, 2010 TK7, 2003 YN107, 2004 GU9, 2001 GO2 e 2002 AA29. Com excepção do 2016 HO3, todos os demais orbitam em trajectórias instáveis – incluindo os que saíram da órbita do nosso planeta anos ou décadas depois de terem sido descobertos.

O nome das nuvens é uma homenagem ao astrónomo polaco Kazimierz Kordylewski, que, observando dois Pontos de Troia na órbita da Terra em 1961, notou que num deles havia uma grande quantidade de poeira, que eclipsava a luz do Sol e das estrelas.

A descoberta, como notou Sliz Balogh, foi recebida com cepticismo pela comunidade científica, uma vez que os astrónomos não acreditavam que objectos com essa magnitude pudessem manter a estabilidade nestes pontos. Os cientistas verificaram repetidamente os cálculos de Kordylewski, mas não puderam confirmar ou refutar a descoberta.

Para encontrar vestígios da existência destas nuvens, os astrónomos húngaros começaram a observar não o calor e a luz que as partículas de poeira emitem, mas a forma como as colisões das partículas alteram a polarização dos raios solares que passavam pelos Pontos de Troia.

Depois de vários meses de observações, Sliz Balogh e os colegas conseguiram encontrar vestígios de que a luz solar é linearmente polarizada em quase 20% na região L5, o Ponto de Troia localizado directamente atrás da Lua.

Analisando as suas propriedades, os cientistas chegaram à conclusão de que o objecto tinha gerado não por uma, mas por duas nuvens de poeira, cada uma das quais com cerca de três vezes o tamanho da Lua, principal satélite da Terra.

Ainda não está claro quão estáveis são estas nuvens, e há quanto tempo a Lua é “perseguida” por elas. Sliz Balogh planeia agora encontrar respostas para estas questões observando as nuvens de Kordylewski com a ajuda de telescópios orbitais mais poderosos, cujo funcionamento não seja afectado pela poluição luminosa e pela poeira na atmosfera.

ZAP // Sputnik News / Space Daily / Phys.org

Por SN
29 Outubro, 2018

Veja a NASA a soltar 1,7 milhões de litros de água num minuto

Agência espacial norte-americana revelou imagens que mostram como prepara o lançamento de um foguetão, diminuindo os riscos pelo calor e pelo ruído.

Não é todos os dias que a NASA mostra os bastidores que envolvem o lançamento de um foguetão. A organização revelou agora um vídeo que mostra como funciona o sistema para limitar a corrente de calor e ruído que o lançamento de um foguetão provoca.

As imagens em cima mostram o que é um teste para preparar o lançamento, conhecido oficialmente como Ignition Overpressure Protection and Sound Suppression Water Deluge System, algo como, sistema de água para protecção do excesso de pressão na ignição e supressão do som.

O vídeo foi gravado a semana passada no Centro Espacial Kenndy, mais precisamente na plataforma de lançamentos 39B, mostra a colossal libertação de 1,7 milhões de litros de água no espaço de um minuto, a fazer lembrar uma barragem.

O melhor mesmo é ver o vídeo.

dn_insider
Quarta-feira, 24 Outubro 2018

Há uma estranha nuvem sobre o Planeta Vermelho

ESA / GCP / UPV / EHU Bilbao

Acima de um pico de um vulcão morto no equador marciano, há uma nuvem branca que se estende pelo céu. Os cientistas desconfiam do que se trata: é uma nuvem orográfica.

A estranha nuvem branca que paira sobre Marte é um mistério para o qual os cientistas têm uma explicação: ou, pelo menos, desconfiam. Por trás dessa faixa de vapor com cerca de 1.500 quilómetros sobre Arsia Mons, captada através de imagens de satélite, está uma nuvem orográfica.

A nuvem muda o clima e cresce o suficiente durante a manhã de Marte para ser perceptível pelos telescópios baseados na Terra, que a identificam como uma mancha branca que contrasta com o enferrujado solo marciano.

Embora pareça emergir do cume de um vulcão, os especialistas da Agência Espacial Europeia afirmam que não passa de um truque visual, dado que Marte não viu uma única erupção durante milhares de anos, sendo que não há a mínima probabilidade de Arsia Mons despertar.

A nuvem não é, portanto, de origem vulcânica. Trata-se sim de uma nuvem orográfica, um fenómeno meteorológico que é formado quando o ar denso perto da superfície flui para cima e se expande, arrefecendo a uma temperatura que permite que a humidade se condense em partículas de poeira.

As nuvens sobre Arsia Mons são, então, uma visão comum durante a maior parte do ano, que tende a desaparecer nos meses anteriores ao solstício de inverno do hemisfério norte. A casa poucos anos terrestres, explicam os especialistas, as nuvens de água gelada emergem enquanto o ar, carregado de humidade, explode à saída do vulcão.

O reaparecimento da nuvem branca permite aos investigadores avaliar a densidade das partículas que pairam na atmosfera.

No início deste ano, o planeta foi inundado por uma enorme tempestade de areia que parece ter tirado a vida à sonda Opportunity. Esta nuvem branca pode, agora, ajudar os cientistas a refinar modelos de como a poeira sobe e se instala no planeta vermelho.

ZAP // ScienceAlert

Por ZAP
28 Outubro, 2018

Os dinossauros dominaram o mundo graças aos seus super pulmões

CIÊNCIA

Peter Trusler / University of Queensland
Ilustração do Diluvicursor pickeringi no antigo vale que existia entre a Austrália e a Antárctica.

Os dinossauros eram animais rápidos e activos, características muito intrigantes já que a atmosfera da Terra tinha muito menos oxigénio do que hoje. Mas estes animais podem ter sido bem sucedidos graças aos seus super pulmões, parecidos com os das aves.

Era muito pouco provável que, no ar pobre em oxigénio da era Mesozóica, conseguissem mover-se muito rápido: mas os dinossauros fugiam à regra. Os seus pulmões super eficientes e parecidos com pássaros eram a sua arma secreta, de acordo com um estudo recente, publicado na Royal Society Open Science. Esta adaptação única pode mesmo ter dado aos dinossauros uma vantagem em relação à concorrência.

Há muito tempo que a comunidade científica sabe que as aves descendem de um ramo de dinossauros extintos e que têm um sistema respiratório incomum e sofisticado. No entanto, os paleontologistas debate há muito tempo se os super pulmões surgiram em pássaros ou se já existiam anteriormente – nomeadamente nos dinossauros.

Ao contrário dos pulmões humanos, os pulmões das aves são rígidos. São os sacos de ar especiais ao lado dos pulmões das aves que fazem o trabalho duro, bombeando o ar através dos pulmões, onde o oxigénio se difunde na corrente sanguínea.

Os pulmões estão ligados às vértebras e às costelas, que foram uma espécie de “tecto” da caixa torácica, e tudo isso em conjunto ajuda a manter os pulmões. Além disso, um conector – chamado costovertebral – fornece um suporte adicional e essa configuração permite um fluxo contínuo de oxigénio e requer menos energia do que inflar e desinflar pulmões.

Robert Brocklehurst e William Sellers, da Universidade de Manchester, no Reino Unido, e a bióloga Emma Schachner recuperam a modelos de computador para perceber como é que estes super pulmões evoluíram. Através da comparação das características esqueléticas das vértebras e das costelas em várias espécies conseguiram chegar a uma conclusão.

Descobriram então que vários dinossauros possuíam uma arquitectura pulmonar muito parecida com a das aves. Estes dinossauros tinham, então, uma articulação costovertebral e o tecto ósseo de vértebras e costelas que ajudavam a manter os seus pulmões rígidos. O estudo foi recentemente publicado na Royal Society Open Science.

Estas características sugerem que os dinossauros tinham o mesmo tipo de órgãos respiratórios que as aves. Os super pulmões podiam também ajudar a explicar por que motivo os dinossauros foram capazes de dominar o mundo e espalhar-se, apesar do ar rarefeito da era Mesozóica, adianta a equipa de investigadores.

Os cientistas já achavam estranho as aves terem uns pulmões tão extraordinários e um sistema respiratório muito evoluído. Agora, chegam assim à conclusão de que, afinal, os super pulmões desenvolveram-se muito antes, nos dinossauros, tendo evoluído mais tarde nas aves, muito provavelmente para amparar o voo monitorizado nos pássaros.

Ainda assim, segundo a ScienceMag, o facto de um fóssil ter uma estrutura óssea que indica que muito provavelmente os dinossauros teriam super pulmões não chega. O ideal, antes de tirar conclusões precipitadas, seria encontrar tecido pulmonar, que quase nunca é preservado, e estudá-lo devidamente para, assim, confirmar esta suspeita.

ZAP //

Por ZAP
28 Outubro, 2018

Design a site like this with WordPress.com
Iniciar