Encontrado o maior meteorito da história de França

Société Astronomique de France / Facebook
O maior meteorito de sempre encontrado em França com 477 quilos

De acordo com a Sociedade Astronómica de França, o meteorito de 477 quilos encontrado em Aube, a 200km de Paris, passou a ser o maior da história do país.

O meteorito foi encontrado por astrónomos franceses a 3 de Outubro em Aube, no nordeste do país, a cerca de 200 quilómetros de Paris.

O meteorito terá caído no planeta Terra há mais de 55 mil anos, segundo contam os especialistas franceses.

La plus grosse météorite française vient d’être découverteCet évènement s’est déroulé dans l’Αube sur le site de…

Publicado por Société Astronomique de France em Quinta-feira, 18 de Outubro de 2018

O comunicado da Sociedade Astronómica de França informa ainda que este meteorito passou a ser o maior alguma vez encontrado em território francês, ultrapassando o meteorito encontrado em Mont Dieu que pesava 435 quilos.

A perícia metalográfica realizada ao meteorito mostra que este fragmento faz parte do meteorito de Saint Aubin, descoberto em 1968.

Segundo as análises de fluorescência de raios-X, este meteorito apresenta 11% de níquel com vestígios de cobalto (0,7%) e de fósforo (0,1%).

Para o inicio de 2019, os cientistas prometeram a publicação de um extenso relatório sobre o corpo celeste.

Por ZAP
22 Outubro, 2018

Falha no sistema de água pode ter ditado o fim de uma das maiores cidades antigas

CIÊNCIA

(CC0/ PD) sharonang / Pixabay

Em 1200, a maior cidade do mundo era Angkor, território onde hoje se localiza o  Cambodja. Repentinamente, a maioria dos habitantes da cidade começou a abandonar a região no século XV, levando a cidade ao colapso – os cientistas podem agora ter descoberto o motivo.

Historiadores e cientistas têm apresentado hipóteses para justificar o êxodo massivo desta cidade que contava com uma área de mil quilómetros quadrados. Agora, um novo artigo, publicado na semana passada na revista Science Advances, sugere que terá sido o sistema de distribuição de água a ditar o seu fim.

Durante cem anos, a população de Angkor construiu e expandiu as suas redes de canais, diques, barragens, poços e outras estruturas importantes para a administração da água. No entanto, no século XV, e de forma quase inexplicável, muitos plebeus e o próprio rei de Angkor abandonaram a cidade.

Especialistas justificam esta saída com uma possível guerra com um reino vizinho, localizado na actual Tailândia, mencionando também uma provável substituição do hinduísmo pelo budismo.

No entanto, a nova publicação aponta o sistema de água como o principal culpado. Segundo a mesma, a população pode ter deixado a cidade após inundações inesperadas, seguidas por décadas de chuvas escassas, que acabara por desencadear uma séria de falhas no maior sistema aquífero do mundo pré-industrial, notam os investigadores.

O co-autor da investigação e geofísico da Universidade de Sidney, na Austrália, Dan Penny, desenvolveu juntamente com o resto da equipa um modelo computorizado que avalia de que forma as rápidas mudanças climáticas durante os períodos de chuva podem ter afectado o sistema de distribuição de água desta cidade.

Recorrendo a várias simulações, os cientistas concluíram que os canais começaram a corroer, alargando-se consequentemente devido ao volume do fluxo de água. Por este motivo, a água foi sendo desviada de forma desigual pelas intersecções da rede, reabastecendo apenas alguns canais. A distribuição irregular foi ainda mais afectada devido aos sedimentos que foram se acumulando nos canais.

De acordo com os cientistas, a ocorrência de todos estes fenómenos levou à falha total da rede de água, ditando assim, e de forma inesperada, o desaparecimento de Angkor – a maior cidade do mundo à luz da época.

Por ZAP
22 Outubro, 2018

Cientistas confirmam pela primeira vez que o núcleo da Terra é sólido

CIÊNCIA

Mitch Battros / Earth Changes Media

Pela primeira vez, um grupo de geólogos conseguiu confirmar que o núcleo interno da Terra é efectivamente sólido, revelando que este é também mais macio do que se pensava. A descoberta pode ser especialmente importante para compreender a formação do nosso planeta.

A investigação, levada a cabo por uma equipa de cientistas da Universidade Nacional Australiana (ANU), foi publicada nesta sexta-feira na revista Science Magazine.

Os cientistas recorreram a um novo método que serve para detectar “sussurros” suaves das ondas sísmicas, as chamadas ondas de corte ou ondas “J”. De acordo com os geólogos, estas ondas – que apenas se propagam através de objectos sólidos – foram detectadas no núcleo interno da Terra provando, desta forma, que o seu interior é sólido.

“Descobrimos que o núcleo interno é realmente sólido, mas também acreditamos que é mais macio do que se pensava até então”, disse o professor Hrvoje Tkalcic em comunicado a que a agência Europa Press teve acesso.

Segundo os cientistas, e a confirmarem-se os seus cálculos, o núcleo interno tem algumas propriedades semelhantes às do ouro e da platina. A equipa sublinhou ainda a importância da descoberta: “O núcleo interno é como uma cápsula do tempo. Se o entendermos, entendemos como é que o planeta foi formado e evoluiu”, explicaram.

As chamadas ondas de corte do núcleo são tão pequenas e fracas que não é possível observá-las directamente. Por isso, detectá-las seria considerado o “Santo Graal” da sismologia global desde de que os cientistas previram, há 80 anos e pela primeira vez, que o núcleo interno da Terra é sólido.

Método semelhante já foi usado na Antárctida

Para fazer esta confirmação, os cientistas foram obrigados a desenvolver um método científico mais criativo. Por isso, recorreram ao chamado método de correlação do campo de onda, que analisa as semelhanças entre sinais de dois receptores depois de um grande terramoto, em vez de analisar a chegada da onda de forma directa.

Segundo a publicação, uma técnica semelhante tem sido utilizada pelos mesmos cientistas para medir a profundidade da camada da gelo da Antárctida.

“Estamos a descartas as primeiras três horas do sismograma. O que estamos a analisar são os sinais recolhidos entre três a 10 horas após um grande terremoto, queremos livrar-nos dos ‘grandes’ sinais”, sustentou Tkalcic.

E continuou: “Através de uma rede de estações, recolhemos cada par de receptores e os dados de cada grande terremoto e medimos a similaridade entre os sismogramas. A isto chama-se correlação cruzada, ou medida de similaridade. A partir dessas semelhanças, construímos um correlação global, uma espécie de impressão digital da Terra”.

O estudo mostra que estes mesmos resultados cruzados podem ser utilizados para demonstrar a existência da ondas J no núcleo interno da Terra, permitindo ainda inferir a sua velocidade.

No entanto, e como explica a equipa, fica ainda muita coisa por desvendar: “Ainda não sabemos a temperatura exacta do núcleo interno, qual é a sua idade, ou quão rápido o núcleo se solidifica. No entanto, com estes avanços na área da sismologia global, estamos lentamente a chegar lá”, rematou o investigador.

É de salientar ainda a importância do núcleo interno, que actua directamente no campo magnético da Terra e, por isso, sem este não haveria vida na superfície do planeta.

Por ZAP
22 Outubro, 2018

A “Partícula de Deus” pode ter salvado o Universo do colapso cósmico

CIÊNCIA

NRAO/AUI/NSF; Dana Berry / SkyWorks; ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)

O Universo vai expandir-se para sempre ou, eventualmente, entrará em colapso? Esta é uma questão que há anos tira o sono aos cientistas – e parece estar para ficar. Publicações recentes têm deixado a comunidade científica em polvorosa, trazendo mais dúvidas do que certezas.

O campo da Física está a fermentar. Neste momento, há uma nova conjectura que está a causar excitação na comunidade científica que estuda a Teoria das Cordas. Timm Wrase, da Universidade de Tecnologia de Viena, veio acender ainda mais o debate com a publicação de novos artigos científicos.

Na Teoria das Cordas, uma mudança de paradigma pode estar à espreita. No passado mês de Junho, uma equipa de teóricos das cordas, de Harvard e Caltech, publicou uma nova conjectura, que parecia bastante revolucionária.

De acordo com o artigo dos teóricos, disponibilizado para pré-publicação no Arxiv.org, a Teoria das Cordas é fundamentalmente incompatível com a nossa compreensão actual da energia escura – mas só a energia escura é que é capaz de explicar a atual e acelerada expansão do Universo.

O nosso Universo está envolvido por uma vasta e invisível força que parece opor-se à gravidade. Os físicos apelidaram esta força de energia escura e acreditam que esta esteja constantemente a empurrar o nosso Universo para fora – ou seja, a expandi-lo.

Mas, o artigo publicado em Junho sugere que a energia escura vai mudando com o tempo. Na prática, isto significa que o Universo pode não se expandir para sempre, podendo, eventualmente, entrar em colapso e tornar-se do tamanho que tinha antes do Big Bang.

Apesar de promissora, esta conjectura levantou quase de imediato várias questões, tendo vários grupos de cientistas publicado outros artigos nos quais sugeriam revisões à teoria apresentada pelos teóricos de Harvard e Caltech.

Também Wrase percebeu rapidamente que havia algo estranho com a teoria: da forma que está descrita, é incompatível com o bosão de Higgs, a partícula celebrizada como a “Partícula de Deus” – que sabemos existir, desde 2013, graças ao Grande Colisionador de Hadrões (LHC) localizado na fronteira da Suíça com a França.

De acordo com os seus cálculos, que contaram com a participação de cientistas da Universidade da Columbia em Nova York e da Universidade de Heidelberg, a hipótese do Universo em constante expansão não pode ainda ser descartada – e foi a partícula descoberta no LHC que causou o maior “buraco” na teoria revolucionária de Junho.

Ainda assim, explicou Wrase em declarações ao Live Science, a conjectura do Universo em colapso poderia ser viável, mas precisaria de alguns ajustes teóricos. O artigo que baralhou a teoria revolucionária sobre a Teoria das Cordas foi publicado no passado dia 2 de Outubro na revista Physical Review D.

Sinteticamente, o artigo de Junho sugere que a Teoria das Cordas – um dos maiores modelos no campo da Física – invalida a expansão infinita do universo. “As pessoas ficam muito emotivas porque, a ser verdade e a ser descoberta, seria espectacular”, disse Wrase.

O debate acalorado sobre a Teoria das Cordas e a energia escura continua um pouco por todo o mundo. Wrase espera que toda esta discussão conduza a avanços científicos.

“Toda esta controvérsia é boa para a Teoria das Cordas”, reitera o físico. De repente, muitas pessoas surgem com ideias completamente novas sobre as quais ninguém tinha pensado até então”.

A Teoria de Tudo

Já muito se disse e escreveu sobre a Teoria das Cordas. Esta teoria, também conhecida com a Teoria de Tudo, representa uma estrutura matematicamente elegante para unir a teoria da Relatividade Geral de Einstein à Mecânica Quântica. No entanto, e tal como nota a Phys.org, ainda não foi comprovada experimentalmente.

A Teoria das Cordas é, no fundo, uma teoria da unificação, uma vez que propõe relacionar a gravidade à física quântica, entendendo as leis da natureza, que descrevem todo o mundo físico desde de as partículas mais pequenas até à maior estrutura do Universo.

Nesta hipótese, as cordas são os blocos fundamentais da matéria. A teoria sugere que as partículas que compõem o universo não são realmente pontos, mas antes cordas uni-dimensionais que vibram.

Para que a Teoria das Cordas seja uma explicação viável para o Universo, deve incorporar a energia escura. Originalmente, a ideia partiu de Einstein, que a adicionou como uma “constante cosmológica” à teoria da Relatividade Geral, de forma a construir um Universo que não se expande.

Quando, em 1929, o Hubble comprovou que o Universo estava efectivamente em expansão, Einstein retratou as suas equações e considerou este o maior erro da sua vida. Entretanto, com a descoberta da expansão acelerada do Universo, a constante cosmológica foi reintroduzida como energia escura no actual modelo padrão da cosmologia.

Para o bem da Ciência, as hipóteses que vão emergindo serão, pelo menos em parte, testadas experimentalmente. No futuro, a expansão do Universo será medida com mais precisão do que nunca – até lá, o debate promete continuar aceso.

Por SA
22 Outubro, 2018

Design a site like this with WordPress.com
Iniciar