Bola de fogo que explodiu na Gronelândia poderia ajudar-nos a estudar mundos alienígenas

Mark Garten / UN Photo
Icebergs em Ilulissat Icefjord, Gronelândia

Uma misteriosa bola de fogo que explodiu sobre a Gronelândia poderia ajudar-nos a estudar a estrutura de mundos alienígenas distantes e cobertos de gelo.

Apesar de os primeiros dados terem demonstrado que a bola de fogo que explodiu sobre a Gronelândia era uma das mais energéticas de 2018, durante meses os cientistas não sabiam que implicações teria este meteorito.

A bola de fogo iluminou o céu nocturno e fez o chão tremer no dia 25 de Julho, mas a maior parte do mundo teve conhecimento deste evento passado uma semana, quando um cientista da NASA, Ron Baalke, informou no Twitter.

Mais tarde, também através do Twitter, Hans M. Kristensen, investigador de armas nucleares, adiantou que a explosão ocorreu muito perto da base da Força Aérea de Thule, na Gronelândia. No entanto, a Base Aérea manteve-se muito silenciosa em relação ao fenómeno.

Agora, graças a uma feliz coincidência de tempo e espaço, temos novas provas para interpretar o evento da bola de fogo.

Em maio, alguns meses antes da bola de fogo irromper nos céus, os cientistas instalaram um sistema sísmico a apenas 70 quilómetros de Qaanaaq, num projecto chamado “Sismómetro para Investigar Gelo e Estruturas do Oceano” (SIIOS).

O objectivo do projecto é usar sismómetros para medir como podem acontecer terramotos em mundos gelados e luas (como a lua gelada de Júpiter Europa), usando análogos baseados na Terra (como o gelo da Gronelândia).

Os cientistas afirmam que o que podemos aprender sobre as espessas crostas de gelo que cobrem esses ambientes pode ser a chave para encontrar água em futuras missões no Espaço. No entanto, a mesma infra-estrutura pode também dar-nos uma visão única do que realmente aconteceu com a bola de fogo em Qaanaaq.

Num relatório apresentado na reunião anual da União de Geofísica Americana, em Washington, uma equipa liderada por Nicholas C. Schmer, da Universidade de Maryland, relatou que os sensores do sismómetro permitiram aos cientistas isolar um “evento sísmico candidato consistente com a trajectória do ponto de impacto projectado pela bola de fogo”.

Na prática, a actividade sísmica captada por vários sensores correlacionou o caminho do meteoro com o das ondas terrestres. A matriz permitiu também que os cientistas identificassem a localização exacta do impacto.

A investigação ainda não foi revisada por especialistas, mas os dados preliminares sugerem que o epicentro do impacto estava situado “nas proximidades da geleira de Humboldt, no manto de gelo da Gronelândia”.

Ainda há muita coisa por desvendar sobre a bola de fogo de Qaanaaq, mas graças à infra-estrutura do SIIOS temos agora uma pista consistente sobre o misterioso meteorito e, segundo os cientistas, uma novidade mundial no âmbito da pesquisa astronómica.

“Este candidato a evento de impacto sísmico registado por um sistema é o primeiro análogo sísmico de alta fidelidade para eventos de impacto do mundo gelado”, explicaram os autores.

Estas descobertas têm então implicações que se estendem além da Terra. Como este evento foi o primeiro registo de eventos de impacto em mundos cobertos de gelo, estas descobertas podem “informar a Ciência do impacto de objectos em todo o Sistema Solar“.

ZAP // ScienceAlert

Por ZAP
18 Dezembro, 2018

 

Um meteorito pode ter aniquilado comunidade ancestral do vale do Jordão

CIÊNCIA

Hoshvilim / Wikimedia

O impacto de um meteorito pode ser a causa da erradicação de comunidades humanas do vale do Jordão, no norte do Mar Morto há 3.700 anos.

A datação por radio-carbono e minerais descobertos que instantaneamente cristalizaram em altas temperaturas indicam que uma enorme explosão causada por um meteoro que explodiu na atmosfera destruiu instantaneamente a civilização na planície circular de 25 quilómetros de extensão chamada Middle Ghor.

O evento também poderá ter impulsionado a salmoura borbulhante de sais do Mar Morto por mais de 11 terras agrícolas férteis, de acordo com Phillip Silvia, arqueólogo da Universidade Trinity Southwest, na sua apresentação na reunião anual do American Schools of Oriental Research.

Escavações em cinco grandes locais do Médio Oriente, no actual Jordão, indicam que todos foram continuamente ocupados por pelo menos 2.500 anos até um súbito colapso no final da Idade do Bronze. Estima-se que habitavam em Middle Ghor entre 40 a 65 mil pessoas quando a calamidade cósmica o território.

A evidência mais abrangente da destruição causada por uma explosão de um meteoro de baixa altitude vem da cidade de Tall el-Hammam, onde uma equipa tem escavado nos últimos 13 anos. A datação por radio-carbono indica que as paredes de tijolos de barro de quase todas as estruturas desapareceram de repente há cerca de 3.700 anos, deixando apenas fundações de pedra.

Além disso, as camadas externas de muitas peças de cerâmica do mesmo período mostram sinais de ter derretido.

Ventos de alta força criaram minúsculos grãos minerais esféricos que aparentam ter caído sobre Tall el-Hammam. A equipa identificou estes pedaços minúsculos de rocha em fragmentos de cerâmica no local.

Existem outros exemplos de rochas espaciais que explodiram, causando estragos na Terra. Uma aparente explosão de meteoros numa região pouco povoada da Sibéria em 1908 não matou ninguém, mas destruiu dois mil quilómetros quadrados de floresta. Já em 2013, uma explosão de meteoros em Chelyabinsk, na Rússia, feriu mais de 1.600 pessoas.

ZAP // RT / ScienceNews

Por ZAP
23 Novembro, 2018

Cratera de meteorito com o tamanho de Lisboa descoberta na Gronelândia

CIÊNCIA

Natural History Museum of Denmark / Cryospheric Sciences Lab / NASA Goddard Space Flight Center
Mapa da topografia rochosa

Uma equipa de cientistas descobriu, sob uma camada de gelo na Gronelândia, uma cratera com mais de 31 quilómetros de diâmetro, criada pelo impacto de um meteorito.

A cratera, descoberta por uma equipa internacional liderada por especialistas do Museu de História Natural da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca, é uma das 25 maiores que se conhecem na Terra fruto do impacto de corpos celestes. Com 31km de diâmetro, tem uma área de cerca de 97km – sensivelmente a mesma dimensão de Lisboa.

Segundo a Universidade de Copenhaga, que divulgou a descoberta a 14 de Novembro na revista Science Advances, é a primeira vez que uma cratera é encontrada sob uma das camadas de gelo continentais da Terra.

A cratera foi originalmente descoberta em Julho de 2015 e uma grande equipa passou 3 anos a trabalhar para verificar a descoberta. “Descobertas extraordinárias têm evidências extraordinárias”, disse Kurt H. Kjær, do Museu de História Natural da Dinamarca.

A descoberta inicial partiu da análise de mais de uma década de dados de radar, recolhidos por investigadores entre 1997 e 2014 para o Programa de Avaliação do Clima Regional e Operação IceBridge da NASA.

Esta técnica usa o radar para espreitar através do gelo e construir um mapa topográfico do solo sob uma camada de gelo. Isto permite, por exemplo, a medição da espessura do gelo, o que pode ser útil na estimativa do derretimento do gelo devido ao aquecimento global.

Enquanto observavam os dados, os geólogos notaram algo realmente incomum: uma grande depressão circular sob o Glaciar Hiawatha. “Imediatamente soubemos que isto era algo especial, mas, ao mesmo tempo, sabíamos que seria difícil confirmar a origem da depressão”, disse Kjær.

Na investigação, que durou três anos, incluiu pesquisas com radares e recolha de amostras de sedimentos. A cratera, “excepcionalmente bem preservada”, de acordo com os especialistas, formou-se quando um meteorito de ferro que teria um quilómetro de largura atingiu o actual norte da Gronelândia, na zona do glaciar Hiawatha.

Os peritos sugerem, apesar de ainda não terem conseguido datar a cratera, que esta se terá formado depois de o gelo começar a cobrir a Gronelândia, situando o intervalo de tempo entre os três milhões de anos e os 12 mil anos.

A equipa científica vai agora tentar datar a cratera, um desafio que requer a recuperação de material que derreteu durante o impacto do meteorito. Sabendo a idade da cratera, será possível perceber como a queda do meteorito terá afectado a vida na Terra num determinado período.

ZAP // Lusa / Science Alert

Por ZAP
16 Novembro, 2018

Encontrado o maior meteorito da história de França

Société Astronomique de France / Facebook
O maior meteorito de sempre encontrado em França com 477 quilos

De acordo com a Sociedade Astronómica de França, o meteorito de 477 quilos encontrado em Aube, a 200km de Paris, passou a ser o maior da história do país.

O meteorito foi encontrado por astrónomos franceses a 3 de Outubro em Aube, no nordeste do país, a cerca de 200 quilómetros de Paris.

O meteorito terá caído no planeta Terra há mais de 55 mil anos, segundo contam os especialistas franceses.

La plus grosse météorite française vient d’être découverteCet évènement s’est déroulé dans l’Αube sur le site de…

Publicado por Société Astronomique de France em Quinta-feira, 18 de Outubro de 2018

O comunicado da Sociedade Astronómica de França informa ainda que este meteorito passou a ser o maior alguma vez encontrado em território francês, ultrapassando o meteorito encontrado em Mont Dieu que pesava 435 quilos.

A perícia metalográfica realizada ao meteorito mostra que este fragmento faz parte do meteorito de Saint Aubin, descoberto em 1968.

Segundo as análises de fluorescência de raios-X, este meteorito apresenta 11% de níquel com vestígios de cobalto (0,7%) e de fósforo (0,1%).

Para o inicio de 2019, os cientistas prometeram a publicação de um extenso relatório sobre o corpo celeste.

Por ZAP
22 Outubro, 2018

Mineral ultra-raro descoberto em antiga cratera de meteorito na Austrália

rickmach / Flickr

Um mineral ultra-raro que apenas se forma quando rochas espaciais atingem a crosta terrestre com uma enorme pressão foi encontrado na Austrália. Até ao momento, só foram encontrados seis exemplares deste mineral, conhecido como reidite, em todo o planeta.

Um grupo de cientistas da Curtin University descobriu um dos minerais mais raros da Terra no fundo de uma cratera de impacto de meteoritos, que é, provavelmente, a maior cratera de impacto já descoberta na Austrália.

O reidite é um mineral extremamente raro que só se forma quando um outro mineral, o zircão, é exposto a altas temperaturas e pressões. Ou seja, o forte impacto de um meteorito faz com que o zircão se transforme na rara substância que é o reidite.

Até então, só foram encontrados seis exemplares deste mineral em todo o planeta – nos EUA, na Alemanha, na China e na Índia. Desta vez, e pela primeira vez na Austrália, a raridade foi descoberta perto da baía de Shark, a 750 quilómetros da cidade de Perth.

Tal como notou o líder da investigação, Aaron Cavosie, este é um mineral de dimensões microscópicas. O especialista frisou ainda que, se todos os minerais de reidite já encontrados no planeta fossem juntos num só, teriam o tamanho de um grão de arroz.

A cratera onde o mineral foi descoberto está enterrada debaixo de rochas sedimentares e o seu tamanho é ainda desconhecido. Os investigadores estão agora a tentar definir as características da cratera, e caso esta tenha um diâmetro superior a 100 quilómetros – como é esperado -, esta será a maior cratera de impacto já descoberta na Austrália.

Um cratera 100 quilómetros de diâmetro implica que o impacto do objecto espacial fosse capaz de causar uma catástrofe natural. Em termos de comparação, a cratera de Chicxulub – associada à extinção dos dinossauros há cerca de 66 milhões de anos – tem um diâmetro de 180 quilómetros.

Os cientistas pretendem ainda datar com mais precisão a cratera. As estimativas actuais apontam que esta terá cerca de 360 milhões de anos.

Por ZAP
20 Outubro, 2018

Usava uma pedra como calço que é, afinal, um meteorito de 100 mil dólares

O meteorito, que estava na posse do homem há 30 anos, é o sexto maior alguma vez identificado no estado do Michigan, nos EUA

Imagem do meteorito retirada do vídeo publicado pela universidade no Youtube
© DR

Já se cruzou com alguma rocha que lhe parecia vinda do espaço? David Mazurek, um homem do estado do Michigan, nos EUA, quis saber mais sobre a pedra que usava como calço para impedir que uma porta se fechasse, há 30 anos, e descobriu que era, afinal, um meteorito. Mas as surpresas não ficam por aí: é o sexto maior já encontrado naquele estado e está avaliado em 100 mil dólares (aproximadamente 87 mil euros).

Quem examinou a peça foi Mona Sirbescu, professora de Geologia na Universidade Central do Michigan, que está habituada a receber muitos pedidos semelhantes, ou seja, para avaliar se uma determinada rocha é um meteorito. “Há 18 anos que a resposta é categoricamente ‘não'”, disse, citada num comunicado publicado na página da instituição.

Desta vez, Mona percebeu que estava diante de uma peça especial. “É o espécime mais valioso que já vi na vida, monetária e cientificamente”, afirmou.

De acordo com a análise, trata-se de um meteorito de cerca de 10 quilos, com aproximadamente 88% de ferro e 12% de níquel, um metal que raramente se encontra na Terra. Uma avaliação validada pelo Instituto Smithsonian, em Washigton DC.

David Mazurek encontrava-se na posse do meteorito desde 1988, altura em que comprou uma fazenda em Edmore, no estado do Michigan. Segundo os relatos do dono da quinta, a “pedra” estará na Terra desde 1930. Nesse ano, o homem e o pai viram uma rocha cair no terreno, fazendo uma “barulheira”. No dia seguinte, aperceberam-se da existência de uma cratera, e acabaram por desenterrar o meteorito, “ainda quente”.

Quando comprou a propriedade, foi-lhe dito que aquela rocha que segurava a porta era um meteorito, e que podia ficar com ele. Durante 30 anos, David continuou a usá-lo com o mesmo propósito, mas servia também para fazer apresentações na escola dos filhos.

Recentemente, o homem descobriu que havia pessoas a vender pedaços de meteoritos, o que o levou a tentar confirmar a origem daquela rocha.

De acordo com o comunicado a universidade, o Instituto Smithsonian pondera comprar o meteorito – entretanto baptizado como Edmore – para o colocar em exposição. Independentemente do valor que vier a receber, o dono já prometeu doar 10% da receita à universidade, para que seja usado para financiar estudantes na área das ciências da Terra e da atmosfera.

Diário de Notícias
Joana Capucho
06 Outubro 2018 — 20:53

SÍLICA CRISTALINA EM METEORITO PRIMITIVO APROXIMA OS CIENTISTAS DA COMPREENSÃO DA EVOLUÇÃO SOLAR

Imagem da nebulosa protoplanetária solar. A imagem da esquerda é a estrutura da sílica cristalina, e à direita é uma imagem microscópica do agregado de olivina ameboide que a equipa de investigadores encontrou no meteorito primitivoYamato-793261.
Crédito: NASA/JPL-Caltech

Uma equipa de investigadores da Universidade de Waseda, da Universidade de Estudos Avançados (ambas do Japão), da Universidade do Hawaii em Manoa, da Universidade de Harvard e do Instituto Nacional de Pesquisa Polar descobriu o quartzo mineral de sílica (SiO2) num meteorito primitivo, tornando-se na primeira equipa do mundo a apresentar evidências diretas de condensação de sílica dentro do disco protoplanetário solar e a aproximar-se da compreensão da formação e evolução solar.

Embora observações espectroscópicas anteriores no infravermelho tenham sugerido a existência de sílica em estrelas T-Tauri recém-formadas, bem como em estrelas do ramo gigante AGB na sua última fase de vida, nenhuma evidência de condensação gás-sólido de sílica tinha sido encontrada em meteoritos primitivos dos primeiros estágios do nosso Sistema Solar.

Neste estudo, os cientistas estudaram o meteorito primitivo Yamato-793261 (Y-793261), um condrito carbonáceo recolhido de um campo de gelo perto das Montanhas Yamato durante a 20.ª Expedição de Investigação Antárctica Japonesa em 1979.

“O grau de cristalinidade da matéria orgânica em Y-793261 mostra que não sofreu metamorfismo termal,” explica Timothy Jay Fasgan, professor de geoquímica na Universidade de Waseda. “Isto confirma que Y-793261 preserva minerais e texturas da sua origem nebular, fornecendo-nos registos do Sistema Solar primitivo.”

Um componente importante dos condritos inclui inclusões refractárias, que se formaram em altas temperaturas e são os mais antigos sólidos datados do Sistema Solar. As inclusões refractárias podem ser subdivididas em inclusões ricas em cálcio e alumínio (ICAs) e agregados de olivina ameboide (AOAs). A equipa de pesquisa encontrou um AOA em Y-793261 contendo minerais AOA típicos e minerais ultra-refractários (temperatura muito alta) contendo escândio e zircónio, juntamente com o quartzo (que se forma a uma temperatura comparativamente mais baixa). “Tal variedade de minerais implica que o AOA se condensou a partir do gás nebular para sólido numa ampla faixa de temperaturas de aproximadamente 1500-900ºC,” comenta o professor Fagan. “Este agregado é o primeiro do seu tipo a ser encontrado no nosso Sistema Solar.”

A equipa também descobriu que o quartzo no AOA tem uma composição isotópica de oxigénio parecida com a do Sol. Esta composição isotópica é típica das inclusões refractárias em geral, o que indica que as inclusões refractárias se formaram relativamente perto do protossol (aproximadamente 0,1 UA, ou 1/10 da distância Terra-Sol). O facto de que o quartzo no meteorito Y-793261 partilha esta composição isotópica indica que o quartzo se formou no mesmo ambiente da nebulosa solar. No entanto, a condensação de sílica a partir do gás da nebulosa solar é hipoteticamente impossível caso os minerais e o gás tenham permanecido em equilíbrio durante a condensação. Este achado serve como evidências de que o AOA se formou a partir de um gás que arrefecia depressa. Dado que os minerais pobres em sílica se condensaram do gás, este mudou de composição, tornando-se mais rico em sílica, até que o quartzo se tornou estável e cristalizado.

O professor Fagan diz que a origem de Y-793261 é provavelmente um objecto astronómico perto de 162173 Ryugu (mais conhecido apenas como Ryugu), um asteróide com o nome do palácio de um dragão de um antigo conto popular japonês. Actualmente a ser investigado pela sonda robótica japonesa Hayabusa 2, Ryugu pode partilhar das mesmas propriedades que Y-793261 e potencialmente fornecer mais registos sobre o Sistema Solar inicial. “Combinando investigações em andamento sobre meteoritos com novos resultados de Ryugu, esperamos entender melhor os eventos termais durante os estágios iniciais do nosso Sistema Solar”.

Astronomia On-line
28 de Agosto de 2018

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Meteorito da Sibéria revelou mineral nunca antes encontrado na Terra

(dr) webmineral.ru
Cientistas acreditam que o meteorito se formou em temperaturas superiores a mil graus Celsius

Quando os caçadores de ouro encontraram uma rocha amarelada na Sibéria em 2016, pensaram que poderia conter um metal precioso. Na verdade, continha algo muito mais raro – um mineral nunca antes visto na Terra. 

A rocha encontrada na Sibéria era um meteorito composto, entre outras coisas um mineral raro, nunca antes visto na Terra. Apesar da descoberta ainda não ter sido oficialmente documentada, geólogos russos, que analisaram a rocha, apelidaram o novo mineral de “uakitite”, em homenagem à região de Uakit, onde a rocha caiu.

O objeto encontrado é 98% composto de kamacita, uma liga de ferro-níquel com pelo menos 90% de ferro. Na Terra, este material só é encontrado em meteoritos. Os 2% restantes são compostos por mais de uma dúzia de minerais, incluindo o uakitite, a maioria também conhecida apenas por só se formar no espaço.

De acordo com os cientistas, esta composição sugere que o meteorito deve ter-se formado sob circunstâncias extremamente quentes, de mais de mil graus Celsius.

Uakitite: tudo o que sabemos sobre o novo mineral

As quantidades do novo mineral no meteorito são microscópicas. As inclusões de uakitite tinham apenas 5 micrómetro de tamanho – um cabelo humano médio tem 99 micrómetro de diâmetro, e um glóbulo vermelho saudável entre 6 e 8 micrómetro, para referência.

Ou seja, estes minúsculos pedaços de mineral são demasiado pequenos para se fazer uma análise directa. Por isso mesmo, os investigadores não conseguiram registar todas as propriedades física e ópticas do uakitite.

Apesar disso, os investigadores conseguiram determinar que o novo mineral tem algumas semelhanças estruturais com outros dois minerais oriundos do espaço: carlsbergite e osbornita, ambos nitretos.

Os investigadores conseguiram aplicar uma técnica – apelidada de difracção de electrões – para obter dados estruturais para três dos cristais de cristais de uakitite, e o resultado foi semelhante ao modelo estrutural de um composto sintético chamado nitreto de vanádio.

A partir destas informações, os cientistas conseguiram inferir algumas das propriedades físicas do novo mineral. Se for como o nitreto de vanádio, o novo mineral possuiu uma cor cinza clara, com uma tonalidade rosa na luz reflectida. O mineral terá uma dureza de 9 a 10 na Escala de Mohs, a par com outros nitretos não sendo, contundo, tão forte como o diamante – o mineral mais duro de toda a escala.

Para sabermos mais sobre o uakitite, provavelmente precisaram de tecnologias mais avançadas ou então, de um outro meteorito que contenha este mineral. Até lá, teremos que nos contentar a ler o documento apresentado pela equipa de investigação na Reunião Anual da Sociedade Meteorítica de Moscovo, na Rússia.

No entanto, uma coisa é certa: não é todos os dias que um novo mineral “cai” na Terra.

Por ZAP
13 Agosto, 2018

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Meteorito mais antigo de sempre contém segredos da formação do Sistema Solar

(dr) ASU Center for Meteorite Studies

Uma equipa de cientistas descobriu remanescentes do Sistema Solar primitivo que podiam ajudar a decifrar o mistério da sua formação.

Os cientistas acreditam que o Sistema Solar se formou há cerca de 4,6 mil milhões de anos, quando uma nuvem de gás e poeira desmoronou sob a gravidade, provocada possivelmente pela explosão de uma estrela ou super-nova. Quando a nuvem desmoronou, formou um disco giratório com o Sol no centro.

Ao longo do tempo, peça por peça, os cientistas têm trabalhado arduamente para estabelecer a formação do Sistema Solar através de cada pista que o Espaço nos fornece.

Agora, uma nova peça foi adicionada a este puzzle.

Depois de analisarem a sua composição e o terem datado, os cientistas descobriram aquele que é o meteorito conhecido mais antigo de sempre. Trata-se de um meteorito ígneo que foi encontrado na Mauritânia em 2016. Além de ser o mais antigo, o Northwest Africa (NWA) 11119 tem outra particularidade: contém segredos da formação do Sistema Solar.

O NWA 11119 data de 4,565 mil milhões de anos e é uma evidência directa de que rochas corticais quimicamente desenvolvidas, ricas em sílica, foram formadas nos primeiros 10 milhões de anos antes da formação dos planetas do Sistema Solar.

Esta rocha incrivelmente incomum foi desenvolvida “durante um dos primeiros eventos vulcânicos ocorridos no Sistema Solar”, explicou Carl Agee, da Universidade do Novo México, co-autor do estudo publicado esta quinta-feira na Nature Communications.

Em cerca de 30% do seu volume, este meteorito é formado por cristais de sílica tridimita, semelhante ao quartzo mineral. “Com base nos isótopos de oxigénio, sabemos que é de uma fonte extraterrestre, de algum lugar do Sistema Solar”, disse Poorna Srinivasan, principal autor do estudo.

Este facto sugere que o NWA 11119 é proveniente de um “corpo grande e geologicamente complexo que se formou no início do Sistema Solar“. Meteoritos como este foram os precursores da formação do planeta e representam um importante passo na evolução dos corpos rochosos do nosso Sistema Solar.

ZAP // RT

Por ZAP
4 Agosto, 2018

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Meteorito antigo conta história da topografia de Marte

NASA
O meteorito marciano Northwest Africa (NWA) 7034, com a alcunha “Black Beauty”, pesa aproximadamente 320 gramas

Ao examinarem um antigo meteorito marciano que pousou no deserto do Sahara, cientistas e colaboradores do Lawrence Livermore National Laboratory (LLNL) determinaram como e quando a divisão crustal topográfica e geofísica do Planeta Vermelho se formou.

Northwest Africa (NWA) 7034 é o mais antigo meteorito marciano descoberto até à data, com aproximadamente 4,4 mil milhões de anos. O meteorito contém uma variedade de rochas crustais que foram misturadas e depois sintetizadas por aquecimento, e é a única amostra de Marte com uma composição representativa da crosta média marciana.

O meteorito, cuja alcunha é “Black Beauty”, forneceu aos investigadores uma oportunidade única para estudar a antiga crosta de Marte.

A equipa aplicou um número de técnicas de datação radioisotópica para determinar que a divisão (ou dicotomia) entre os planaltos meridionais fortemente craterados do planeta e as planícies mais lisas das terras baixas do norte se formou antes da produção de NWA 7034, há 4,4 mil milhões de anos.

Esta idade antiga é consistente com uma origem de impacto gigante para a dicotomia crustal. O estudo foi publicado recentemente na Science Advances.

“Se a dicotomia crustal marciana se formou como resultado de um impacto gigante, e os dados e modelos disponíveis sugerem que isso é provável, a história de NWA 7034 exige que se tenha formado muito cedo na história do planeta, há mais de 4,4 mil milhões de anos atrás,” afirma o cosmoquímico Bill Cassata, do LLNL e autor principal do artigo.

A dicotomia é um contraste forte entre o hemisfério sul e norte. A geografia dos dois hemisférios difere em elevação entre 1 e 3 km. A espessura média da crosta marciana é de 45 km, com 32 km nas terras baixas a norte e 58 km nas terras altas a sul. As terras baixas a norte compreendem cerca de um terço da superfície e são relativamente planas.

Os outros dois terços da superfície marciana são as terras altas do hemisfério sul. A diferença em elevação entre os hemisférios é dramática – as terras altas são muito montanhosas e vulcânicas.

Três grandes hipóteses foram propostas para a origem da dicotomia crustal: endógena (por processos no manto), impacto único ou múltiplos impactos. A equipa de investigadores teve como objectivo determinar quando e como a dicotomia crustal se formou.

Com base em novas medições radioisotópicas e em conjunto com outros dados publicados, a equipa determinou que todas as rochas que eventualmente foram incorporadas na brecha NWA 7034 foram instaladas há cerca de 4,4 mil milhões de anos no “terreno da fonte” (a região de origem crustal a partir da qual os diferentes componentes rochosos são derivados).

Os resultados mostram que este terreno foi submetido a um metamorfismo prolongado associado a uma grande pluma alimentada por um centro vulcânico entre 1,7 a 1,3 mil milhões de anos atrás. As extensões areais de grandes centros vulcânicos alimentados com plumas em Marte têm milhares de quilómetros quadrados, e o terreno da fonte era provavelmente de tamanho comparável.

Finalmente, a equipa mostrou que a rocha foi aglomerada há cerca de 200 milhões de anos ou mais recentemente. Quando vistos em conjunto, os dados de NWA 7034 demonstraram que grandes terrenos vulcânicos sobreviveram a poucos quilómetros da superfície de Marte há mais de 4400 milhões de anos.

Isto indica que a dicotomia se formou antes destes 4,4 mil milhões de anos, já que rochas próximas da superfície teriam sido enterradas ou destruídas pelo evento de formação da dicotomia.

Caroline Smith, directora de Colecções de Ciências da Terra, principal curadora de meteoritos do Museu de História Natural e co-autora do artigo, disse que “este estudo multidisciplinar, combinando técnicas geoquímicas tradicionais e inovadoras, forneceu-nos algumas novas ideias sobre os principais processos que moldaram o jovem Marte”.

Os resultados desta equipa têm implicações importantes para a compreensão de quando e como uma das características geológicas globais mais antigas e mais distintas de Marte foi formada.

“Este estudo demonstra que os vários sistemas de datação radioisotópica, que são restabelecidos por diferentes processos metamórficos, podem ser usados para desvendar a história térmica de uma amostra ao longo de milhares de milhões de anos,” concluiu Cassata.

ZAP // CCVAlg

Por CCVAlg
9 Junho, 2018

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METEORITO ANTIGO CONTA HISTÓRIAS DA TOPOGRAFIA DE MARTE

O meteorito marciano Northwest Africa (NWA) 7034, com a alcunha “Black Beauty”, pesa aproximadamente 320 gramas.
Crédito: NASA

Ao examinarem um antigo meteorito marciano que pousou no deserto do Saara, cientistas e colaboradores do LLNL (Lawrence Livermore National Laboratory) determinaram como e quando a divisão crustal topográfica e geofísica do Planeta Vermelho se formou.

NWA (Northwest Africa) 7034 é o mais antigo meteorito marciano descoberto até à data, com aproximadamente 4,4 mil milhões de anos. O meteorito é uma brecha (contém uma variedade de rochas crustais que foram misturadas e depois sintetizadas por aquecimento) e é a única amostra de Marte com uma composição representativa da crosta média marciana. O meteorito forneceu aos investigadores uma oportunidade única para estudar a antiga crosta de Marte.

A equipa aplicou um número de técnicas de datação radioisotópica para determinar que a divisão (ou dicotomia) entre os planaltos meridionais fortemente craterados do planeta e as planícies mais lisas das terras baixas do norte se formou antes da produção de NWA 7034 há 4,4 mil milhões de anos. Esta idade antiga é consistente com uma origem de impacto gigante para a dicotomia crustal. A pesquisa foi publicada na edição de 23 de maio da revista Science Advances.

“Se a dicotomia crustal marciana se formou como resultado de um impacto gigante, e os dados e modelos disponíveis sugerem que isso é provável, a história de NWA 7034 exige que se tenha formado muito cedo na história do planeta, há mais de 4,4 mil milhões de anos atrás,” comenta o cosmo-químico Bill Cassata, do LLNL e autor principal do artigo.

A dicotomia é um contraste forte entre o hemisfério sul e norte. A geografia dos dois hemisférios difere em elevação entre 1 e 3 km. A espessura média da crosta marciana é de 45 km, com 32 km nas terras baixas a norte e 58 km nas terras altas a sul. As terras baixas a norte compreendem cerca de um-terço da superfície de Marte e são relativamente planas. Os outros dois-terços da superfície marciana são as terras altas do hemisfério sul. A diferença em elevação entre os hemisférios é dramática (as terras altas são muito montanhosas e vulcânicas). Foram propostas três grandes hipóteses para a origem da dicotomia crustal: endógena (por processos no manto), impacto único ou múltiplos impactos. A equipa teve como objectivo determinar quando e como a dicotomia crustal se formou.

Com base em novas medições radioisotópicas e em conjunto com outros dados publicados, a equipa determinou que todas as rochas que eventualmente foram incorporadas na brecha NWA 7034 foram instaladas há cerca de 4,4 mil milhões de anos no “terreno da fonte” (a região de origem crustal a partir da qual os diferentes componentes rochosos são derivados). Os resultados mostram que este terreno foi submetido a um metamorfismo prolongado associado a uma grande pluma alimentada por um centro vulcânico há ~1,7 a 1,3 mil milhões de anos. As extensões areais de grandes centros vulcânicos alimentados com plumas em Marte têm milhares de quilómetros quadrados, e o terreno da fonte era provavelmente de tamanho comparável. Finalmente, mostraram que a rocha foi aglomerada há ~200 milhões de anos ou mais recentemente. Quando vistos em conjunto, os dados de NWA 7034 demonstraram que grandes terrenos vulcânicos sobreviveram a poucos quilómetros da superfície de Marte há mais de 4400 milhões de anos. Isto indica que a dicotomia se formou antes destes 4,4 mil milhões de anos, já que rochas próximas da superfície teriam sido enterradas ou destruídas pelo evento de formação da dicotomia.

“Este estudo multidisciplinar, combinando técnicas geoquímicas tradicionais e inovadoras, forneceu-nos algumas novas ideias sobre os principais processos que moldaram o jovem Marte,” comenta Caroline Smith, directora de Colecções de Ciências da Terra, principal curadora de meteoritos do Museu de História Natural e co-autora do artigo.

Os resultados desta equipa têm implicações importantes para a compreensão de quando e como uma das características geológicas globais mais antigas e mais distintas de Marte foi formada.

“Este estudo demonstra que os vários sistemas de datação radioisotópica, que são restabelecidos por diferentes processos metamórficos, podem ser usados para desvendar a história térmica de uma amostra ao longo de milhares de milhões de anos,” concluiu Cassata.

Astronomia On-line
29 de Maio de 2018

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O asteróide que matou os dinossauros obrigou as aves a reaprender a voar

(dr) Phillip M. Krzeminski

Há 66 milhões de anos, um meteorito atingiu a Terra e provocou a extinção dos dinossauros. No entanto, sabe-se agora que os lagartos gigantes não foram os únicos que sofreram durante o impacto.

Tanto tempo depois, a extinção dos dinossauros continua a intrigar a comunidade científica e, ao longo do tempo, tem sido alvo de muitos estudos. Um dos mais recentes tenta explicar a forma dramática como o cataclismo, que aconteceu há 66 milhões de anos, influenciou o tipo de aves que existem actualmente.

De acordo com a equipa liderada por Daniel Field, paleontólogo da Universidade de Bath, no Reino Unido, a destruição causada pelo meteorito que atingiu a Terra há milhões de anos afectou a evolução das aves.

No artigo científico, publicado esta quinta-feira na Current Biology, os cientistas responsáveis pelo estudo explicam que apenas as aves que viviam em terra sobreviveram às consequências do terrível impacto, ao contrário das espécies que vivam nas árvores.

Mas porquê? A explicação reside na destruição massiva das florestas em todo o mundo, resultante do impacto do meteorito, que levou a que essas aves ficassem sem habitat, explicam os autores do estudo, citados pelo Diário de Notícias.

Field refere ainda que “as histórias evolutivas de grandes grupos modernos, como pássaros, mamíferos e plantas com flores, foram influenciadas pela extinção em massa do final do período Cretáceo”.

Esta catástrofe não marcou apenas os dinossauros, como deixou também uma “assinatura indelével nas trajectórias evolutivas desses grupos”, disse o paleontólogo. Prova disso é o facto de podermos rastrear a catástrofe global 66 milhões de anos depois.

Os cientistas recolheram amostras de fósseis desse período na Nova Zelândia, Japão, Europa e América do Norte. As análises dessas amostras permitiram aos investigadores concluir a destruição das florestas no final do período Cretáceo e a extinção das aves que tinham como habitat as árvores.

Os especialistas afirmam também que os antepassados das aves que conhecemos hoje, e que têm como habitat as árvores, só começaram a voar até aos ramos quando as florestas renasceram após a catástrofe.

O estudo concluiu, assim, que os sobreviventes foram as aves que vivam no solo. “As análises mostraram que o passado ancestral de todos os pássaros que vivem hoje, e todas as linhagens de aves que atravessaram o Cretáceo, eram provavelmente terrestres“, resumiu o cientista.

ZAP // Discover Magazine / Science Alert

Por ZAP
26 Maio, 2018

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Dois meteoritos que caíram na Terra em 1998 contêm ‘ingredientes da vida’

© iStock Dois meteoritos que caíram na Terra em 1998 contêm ‘ingredientes da vida’

Dois meteoritos que caíram, em momentos diferentes, na Terra em 1998 contêm ‘ingredientes da vida’, como água líquida, aminoácidos e hidrocarbonetos, segundo um estudo hoje divulgado.

De acordo com a investigação, publicada na revista Science Advances, trata-se dos primeiros meteoritos a serem encontrados com estes ‘ingredientes’. Um deles caiu perto de um campo de basquetebol infantil no Texas, nos Estados Unidos, em Março de 1998, e o outro próximo de Marrocos, em Agosto de 1998.

Uma equipa internacional de cientistas, incluindo do Reino Unido, Japão e dos Estados Unidos, inferiu os resultados a partir da análise, com técnicas de microscopia e raios-X, de amostras de pequenos cristais de sal recolhidos dos meteoritos, que foram preservados pela agência espacial norte-americana NASA.

O estudo, feito em parte no Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, nos Estados Unidos, sugere que o planeta-anão Ceres, localizado na Cintura de Asteróides, entre Marte e Júpiter, pode ser a fonte dos compostos orgânicos detectados nos meteoritos.

Os pequenos cristais que contêm aminoácidos, hidrocarbonetos e vestígios de água são mais finos do que um fio de cabelo.

Os autores do estudo defendem que os vestígios microscópicos de água remontam à ‘infância’ do Sistema Solar, formado há 4,5 mil milhões de anos.

“Tudo leva a concluir que a origem da vida pode estar noutros lugares”, afirmou a autora principal do estudo, Queenie Chan, investigadora da The Open University, no Reino Unido, citada em comunicado pelo Laboratório Nacional Lawrence Berkeley.

MSN notícias
Notícias ao Minuto
Lusa
10/01/2018

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O ferro trabalhado na Idade do Bronze vinha de meteoritos

JPL-Caltech / NASA

O ferro utilizado em artefactos da Idade do Bronze foi sempre de origem meteórica, segundo demonstrou um investigador do Museu Nacional da História Natural de França.

Ainda que os meteoritos já tenham sido reconhecidos como uma fonte deste metal, a comunidade científica não tinha conseguido determinar se representavam a maioria ou apenas alguns artefactos de ferro da Idade do Bronze.

Albert Jambon conseguiu estabelecer a origem meteórica exclusiva destes insólitos artefactos e como esta prática foi abandonada durante a Idade do Ferro. O seu trabalho foi publicado na edição de Dezembro de 2017 da revista Journal of Archaelogical Science.

A Idade do Ferro começou em Anatólia e Cáucaso por volta de 1200 antes de Cristo. Mas quase 2 mil anos antes, várias culturas fabricaram objectos com ferro. Esses artigos eram extremamente raros e sempre muito apreciados.

O mineral ferro abunda na superfície terrestre. Então, o que fazia com que estes artefactos fossem tão valiosos? A investigação inicial mostrou que alguns deles eram feitos com ferro de meteoritos, o que levou os cientistas a perguntarem-se quantos mais existiriam.

Albert Jambon reuniu os dados disponíveis e realizou a sua própria análise química não destrutiva de amostras utilizando um espectrómetro portátil de fluorescência de raios-x. A sua colecção de artefactos de ferro inclui contas de Gerzeh (Egipto, 3200 a.C.), uma espada curta, conhecida como adaga, de Alaca Höyük (Turquia, 2500 a.C.), um colar de Umm el-Marra (Síria, 2300 a.C.), um machado de Ugarit (Síria, 1400 a.C.) e várias outras da civilização da dinastia Shang (China, 1400 a.C.), assim como a adaga, bracelete e almofada de Tutankhamon (Egipto, 13500 a.C.).

A investigação revelou que um destes artefactos da Idade do Bronze foi feito com ferro meteórico. Quando se formam grandes corpos celestes como o nosso planeta, quase todo o níquel – elemento químico – se desloca até ao núcleo de ferro fundido. Por isso, é extremamente raro encontrá-lo à superfície.

No entanto, alguns meteoritos são criados quando os corpos celestes se quebram. Se estes meteoritos são compostos do material central, na sua maioria contêm ferro com altos níveis de níquel e cobalto.

Esta característica permite identificar a fonte de ferro. O ferro meteórico também se encontra no estado metálico, pronto a ser usado, o que explica por que se usou em todos os artefactos de ferro da Idade de Bronze.

Pelo contrário, os compostos de ferro nos minerais terrestres primeiro têm que ser submetidos ao processo de redução, que elimina o oxigénio unido para produzir o metal desejado. Esta é a base da fundição em fornos, um avanço que marcou o começo da Idade de Ferro.

Com a fundição, as culturas da Idade do Ferro puderam esquecer o metal extraterrestre raro e usar de forma generalizada os minerais de ferro terrestres, muito mais abundantes e fáceis de conseguir.

As descobertas de Albert Jambon refutam certas teorias que propõem que as ligas de ferro carregadas de níquel se obtiveram dos minerais terrestres.

ZAP // Europa Press

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