Mar subiu 13 metros na era geológica do Pleistoceno. Temperaturas são as deste século

Conclusão é de um estudo internacional publicado na revista “Nature”

© D.R.

O aquecimento global no final do período do Pleistoceno (era geológica que abrange um período que vai entre aproximadamente 1,8 milhões de anos e 11.500 anos atrás) apresentou temperaturas similares às previstas para este século. Na altura, o aquecimento global reduziu a camada de gelo da Antárctida oriental e elevou o nível do mar até 13 metros acima do actual.

A conclusão é de um estudo internacional, liderado por cientistas do Instituto de Ciências da Terra do “Imperial College London”, publicado esta quarta-feira na revista “Nature“.

O gelo polar é uma componente essencial do sistema climatérico e afecta nomeadamente o nível global da água do mar e a circulação e transporte de calor nos oceanos.

Até agora a comunidade científica tinha-se centrado na camada de gelo da Antárctida ocidental, aquela que actualmente está mais vulnerável ao degelo. Ao mesmo tempo também se pensava que a região leste da Antárctida, com uma superfície equivalente a 115 vezes Portugal, e que contém cerca de metade da água doce da Terra, era menos sensível ao aquecimento global.

Bastam 2 graus e 2000 anos para o mar subir

No entanto, o estudo agora publicado sugere que um aquecimento de dois graus na região, se se mantiver um par de milénios, vai derreter uma importante área da Antárctida oriental, com implicações no nível global da água do mar.

“Estudar o comportamento da camada de gelo no passado geológico permite-nos informar-nos sobre mudanças futuras. Ao formarmos uma imagem de como cresceu e diminuiu o manto de gelo em cenários passados podemos entender melhor a resposta que terá a massa de gelo da Antárctida oriental no aquecimento global”, disse Carlota Escutia, investigadora do Instituto Andaluz de Ciências da Terra, da Universidade de Granada, Espanha.

Para o estudo os cientistas investigaram amostras de sedimentos do fundo oceânico provenientes da bacia sub-glacial de Wilkes. As amostras foram recolhidas nas profundezas do oceano austral durante uma expedição em 2010.

As pegadas químicas deixadas nos sedimentos permitiram revelar os padrões de erosão continental à medida que a camada de gelo avançava e retrocedia.

Detectamos que as alterações mais extremas se deram durante dois períodos entre glaciações, entre há 125.000 e 400.000 anos, quando o nível global do mar estava entre seis a 13 metros acima do nível actual”, disse Francisco Jiménez, também investigador do Instituto Andaluz de Ciências da Terra.

Diário de Notícias
DN/Lusa
19 Setembro 2018 — 20:50

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