Gelo escondia cratera de 31 quilómetros causada por asteróide

Cientistas localizaram evidências de acontecimento cataclísmico a cerca de um quilómetro de profundidade num glaciar. Impacto terá acontecido durante a Idade do Gelo.

A Gronelândia tem sido mais monitorizada pelos cientistas devido às alterações climáticas
© REUTERS/Lucas Jackson

Escondidas debaixo de 950 metros de gelo e terra, no glaciar de Hiawatha, no nordeste da Gronelândia, estão as marcas do impacto de um asteróide cuja dimensão – cerca de um quilómetro de comprimento -, o elevam imediatamente à categoria dos 30 maiores acontecimentos do género de que há registo. É também, de acordo com um estudo publicado na revista científica Science Advances , a primeira cratera a ser localizada debaixo do gelo.

O local do impacto, uma depressão de forma circular com 31 quilómetros de diâmetro, foi confirmado através da combinação de dados recolhidos entre 1997 e 2014 pela NASA, no âmbito do programa IceBridge, da Agência Espacial Norte-Americana, destinado a monitorizar os efeitos das alterações climáticas no Árctico, com dados de radar recolhidos por via aérea numa extensão de 600 quilómetros. Os dados foram compilados por especialistas do Centro de Geogenética do Museu de História natural da Dinamarca.

Já a data do impacto, que terá ocorrido durante a última idade do gelo, no Pleistoceno (que começou há 2,6 milhões de anos e terminou há 11 700), ainda está em fase de confirmação. Outra frente de investigação serão os possíveis impactos causados por este acontecimento no clima da época em que ocorreu, tanto na região como no planeta.

Diário de Notícias
Pedro Sousa Tavares
17 Novembro 2018 — 13:46

 

Aquecimento global no Pleistoceno elevou nível do mar até 13 metros

leungchitak / Flickr

O aquecimento global no final do período do Pleistoceno, com temperaturas similares às previstas para este século, reduziu a camada de gelo da Antárctida oriental e elevou o nível do mar até 13 metros acima do actual.

A conclusão é de um estudo internacional, liderado por cientistas do Instituto de Ciências da Terra do “Imperial College London”, publicado esta quinta-feira na revista Nature.

O gelo polar é uma componente essencial do sistema climatérico e afecta o nível global da água do mar e a circulação e transporte de calor nos oceanos.

Até agora a comunidade científica tinha-se centrado na camada de gelo da Antárctida ocidental, aquela que actualmente está mais vulnerável ao degelo. Ao mesmo tempo também se pensava que a região leste da Antárctida, com uma superfície equivalente a 115 vezes Portugal, e que contém cerca de metade da água doce da Terra, era menos sensível ao aquecimento global.

No entanto, o estudo agora publicado sugere que um aquecimento de dois graus na região, se se mantiver um par de milénios, vai derreter uma importante área da Antárctida oriental, com implicações no nível global da água do mar.

“Estudar o comportamento da camada de gelo no passado geológico permite-nos informar-nos sobre mudanças futuras”, disse Carlota Escutia, investigadora do Instituto Andaluz de Ciências da Terra, da Universidade de Granada, Espanha.

“Ao formarmos uma imagem de como cresceu e diminuiu o manto de gelo em cenários passados podemos entender melhor a resposta que terá a massa de gelo da Antárctida oriental no aquecimento global”, sustentou a cientista.

Para o estudo os cientistas investigaram amostras de sedimentos do fundo oceânico provenientes da bacia sub-glacial de Wilkes. As amostras foram recolhidas nas profundezas do oceano austral durante uma expedição em 2010.

As pegadas químicas deixadas nos sedimentos permitiram revelar os padrões de erosão continental à medida que a camada de gelo avançava e retrocedia.

“Detectamos que as alterações mais extremas se deram durante dois períodos entre glaciações, entre há 125.000 e 400.000 anos, quando o nível global do mar estava entre seis a 13 metros acima do nível actual”, disse Francisco Jiménez, também investigador do Instituto Andaluz de Ciências da Terra.

O Pleistoceno abrange um período que vai entre aproximadamente 1,8 milhões de anos e 11.500 anos atrás.

ZAP // Lusa

Por Lusa
23 Setembro, 2018

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NASA lançou satélite que vai medir ao detalhe alterações no gelo polar

ravas51 / Wikimedia

A agência espacial norte-americana lançou, este sábado, um satélite que irá medir as alterações no gelo polar da Terra com um detalhe sem precedentes, permitindo conhecer melhor os efeitos do aquecimento global.

O lançamento do ICESat-2 realizou-se na base militar de Vandenberg, na Califórnia, nos Estados Unidos, às 08h46 locais (13h46 em Lisboa).

O novo satélite, que vai dar continuidade às observações iniciadas pelo seu antecessor, o ICESat-1, cuja missão terminou em 2009, está equipado com o instrumento ‘laser’ mais avançado para este tipo de observações, possibilitando medições com um “detalhe sem precedentes”, de acordo com a NASA.

O ICESat-2 vai registar a alteração média anual da altura de gelo que cobre a Gronelândia e a Antárctida, com uma margem de até quatro milímetros (largura de um lápis), obtendo 60 mil medições por segundo.

Segundo a NASA, o degelo na Gronelândia e na Antárctida está a elevar em média o nível dos oceanos em mais de um milímetro por ano.

O satélite vai medir também as alterações na espessura e no volume do gelo do Oceano Árctico, cuja área diminuiu em 40% desde 1980.

Ao atravessar a Terra, de pólo a pólo, o engenho vai monitorizar a cota de gelo nas regiões polares quatro vezes por ano, fornecendo dados sobre as mudanças ocorridas sazonalmente.

O instrumento ‘laser’ com o qual o ICESat-2 está munido – o Sistema Avançado de Altímetro a Laser Topográfico (ATLAS, na sigla em inglês) – mede a altura cronometrando o tempo que fotões de luz demoram a viajar do satélite até à superfície da Terra e a voltar para trás.

Para a agência espacial norte-americana, os dados do ICESat-2 poderão contribuir para o avanço do conhecimento sobre o impacto do degelo na subida do nível do mar e no aumento da temperatura, efeitos das alterações climáticas.

O satélite está ainda preparado para medir a altura da superfície oceânica e terrestre, incluindo os topos das árvores das florestas (que, em conjunto com a informação existente sobre a área florestal global, possibilitam aos cientistas estimarem a quantidade de dióxido de carbono armazenada nas florestas).

ZAP // Lusa

Por Lusa
15 Setembro, 2018

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O icebergue que se soltou na Antárctida está a caminho de águas mais quentes

CIÊNCIA

John Sonntag / NASA
Foto aérea da NASA revela uma enorme fenda na plataforma de gelo Larsen C, na Antárctida

Passou mais de um ano desde o desprendimento de um imenso icebergue da plataforma Larsen C. Agora, os cientistas sabem que o extremo Sul do A-68 está a começar a mover-se para norte e para águas mais quentes.

Em Julho do ano passado, deu-se o desprendimento de um imenso icebergue da plataforma Larsen C, na Antárctida Ocidental. Durante um ano o bloco de gelo andou a vaguear, andando para trás e para a frente quase sempre no mesmo lugar.

Agora, o extremo Sul do A-68 rodou cerca de 90 graus, tendo sido apanhado nas correntes das águas geladas. Cerca de 13 meses depois, o icebergue deverá começar a mover-se para norte e para águas mais quentes.

“Até há pouco tempo, o icebergue era cercado por um denso mar de gelo a leste e águas rasas a norte. Agora, um forte vento soprando para leste da plataforma de gelo empurrou, no início de Setembro, a extremidade sul do icebergue para o giro de Weddell, no oceano Antárctico”, adianta Adrian Luckman.

“Este movimento persistente das águas oceânicas e gelo, flutuando para o Norte passando pela plataforma de gelo Larsen, fez com que o A-68 se deslocasse para o mar de Weddell”, disse à BBC o cientista da Universidade de Swansea, confirmando assim o facto de o icebergue estar agora mais livre para se movimentar em direcção a águas mais quentes.

Segundo os cientistas, o facto de o A-68 não ter saído do lugar não é invulgar e a viragem é um comportamento comum dos grandes icebergues. Daqui para a frente, ao que tudo indica, vai deixar um rasto com marcas no sedimento do leito do mar.

“Esses vales devem ser evidentes nas observações com sondas que serão conduzidas por equipas internacionais no final deste ano”, adianta o investigador.

Apesar de ter perdido algumas arestas, o Público adianta que o A-68 permanece praticamente do mesmo tamanho, com 150 quilómetros de comprimento e 55 quilómetros de largura – o equivalente a um Algarve de gelo.

O Centro Nacional de Gelo dos EUA colocou este icebergue em sexto lugar na lista dos maiores icebergues, mas a verdade é que o seu futuro não é animador. O mais provável é que o A-68 se desfaça em fragmentos ao longo do caminho.

ZAP //

Por ZAP
9 Setembro, 2018

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Cientistas descobriram uma “bomba relógio” debaixo do oceano Árctico

usgeologicalsurvey / Flickr

O Árctico não está apenas ameaçado pelo derretimento do gelo na sua superfície. Um novo estudo mostra que há também um reservatório de água aquecida que se está a acumular debaixo do oceano.

Segundo o Science Alert, uma nova pesquisa descobriu evidências de um vasto reservatório de água aquecida que se está a acumular debaixo do Oceano Árctico e a penetrar de forma profunda no coração da região polar, ameaçando derreter o gelo que se encontra no topo.

“Documentámos um aquecimento oceânico impressionante numa das principais bacias do interior do Oceano Árctico, a Bacia do Canadá”, explica a oceanógrafa da Universidade de Yale Mary-Louise Timmermans.

A investigadora e o resto da equipa analisaram as temperaturas registadas nessa bacia nos últimos 30 anos e descobriram que a quantidade de calor na parte mais quente da água efectivamente duplicou no período entre 1987 e 2017.

Esta bacia, situada a norte do Alasca, nos Estados Unidos, é composta por camadas mistas de água oceânica, com água fria na superfície e água mais quente e salgada por baixo.

São as condições de aquecimento rápido do reservatório mais quente que deixam os cientistas a reflectir. “Actualmente, este calor está preso abaixo da camada superficial“, explica Timmermans. “Devia misturar-se até à superfície, existe calor suficiente para derreter por completo o gelo que cobre esta região durante a maior parte do ano”.

De acordo com os investigadores, cujo estudo foi publicado esta semana na revista científica Science Advances, as águas submersas mais quentes têm “arquivado” o calor devido ao “aquecimento solar anómalo” das águas superficiais no norte do Mar de Tchuktchi, que alimenta a Bacia do Canadá.

Basicamente, à medida que o gelo do mar derrete sazonalmente e cada vez mais no Mar de Tchuktchi, a água aberta é exposta ao calor da luz solar, aquece e é levada para o norte pelos ventos do Árctico – um fenómeno actual chamado de Beaufort Gyre.

(dr) Yale University

Enquanto esta água aquecida viaja para o Árctico, as águas mais quentes descem abaixo da camada mais fria da Bacia do Canadá – mas a quantidade que aqueceu nas últimas três décadas pode representar “uma bomba-relógio“, alertam os cientistas.

“Este calor não vai desaparecer”, disse à CBC John Toole, um dos investigadores desta equipa e oceanógrafo do Instituto Oceanográfico Woods Hole. “Eventualmente… vai ter que subir à superfície e vai embater contra o gelo”.

Os cientistas pensam que esta ainda não é uma ameaça imediata, no entanto, ventos fortes misturados com camadas de água mais frias e mais quentes – ou um aumento da salinidade, movendo a água mais quente para cima – podem afectar severamente o gelo do Árctico.

E mesmo que esses resultados não aconteçam, a trajectória de temperatura já vista poderia estar a afectar a cobertura de gelo de forma mais subtil, embora ainda ninguém saiba as ramificações exactas.

“Resta ver como as perdas contínuas de gelo irão mudar fundamentalmente a estrutura e a dinâmica da coluna de água”, explicam os autores no estudo, embora notem que nos próximos anos o excesso de calor “vai dar origem a fluxos de calor ascendentes, criando efeitos compostos no sistema ao diminuir o crescimento do gelo marinho no inverno”.

É preciso mais pesquisa para calcular quão séria é esta situação, porém, não há forma de negar que estes mecanismos fazem todos parte de um problema muito maior – e um que não vai desaparecer.

“Estamos a ver cada vez mais águas abertas quando o gelo marinho recua no verão”, diz Timmermans à Canadian Press. “O Sol está a aquecer o oceano directamente, porque este não está mais coberto pelo gelo do mar”.

ZAP //

Por ZAP
3 Setembro, 2018

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NASA vai lançar satélite para medir ao detalhe alterações no gelo polar

(CC0/PD) pxhere

A agência espacial norte-americana anunciou que vai lançar a 15 de Setembro um satélite que irá medir as alterações no gelo polar da Terra com um “detalhe sem precedentes”.

O ICESat-2 vai dar continuidade às observações iniciadas pelo seu antecessor, o ICESat-1, cuja missão terminou em 2009.

O novo satélite, que será lançado da base militar de Vandenberg, na Califórnia, nos EUA, está equipado com o instrumento laser mais avançado para este tipo de observações, de acordo com um comunicado da NASA publicado no seu portal.

Segundo a agência espacial norte-americana, o ICESat-2 vai medir a alteração média anual da altura de gelo que cobre a Gronelândia e a Antárctida, com uma margem de até quatro milímetros (largura de um lápis), obtendo 60 mil medições por segundo.

A NASA lembra que o degelo na Gronelândia e na Antárctida está a elevar em média o nível dos oceanos em mais de um milímetro por ano. O satélite vai também registar as alterações na espessura e no volume do gelo do Oceano Árctico, cuja área diminuiu em 40% desde 1980.

Ao atravessar a Terra, de pólo a pólo, o satélite vai monitorizar a cota de gelo nas regiões polares quatro vezes por ano, fornecendo dados sobre as mudanças ocorridas sazonalmente.

O instrumento ‘laser’ com o qual o ICESat-2 está equipado, o Sistema Avançado de Altímetro a Laser Topográfico (ATLAS, na sigla em inglês) mede a altura cronometrando o tempo que fotões de luz demoram a viajar do satélite à superfície da Terra e a voltar para trás.

Para a NASA, os dados do ICESat-2 poderão contribuir para o avanço do conhecimento do impacto do degelo na subida do nível do mar e no aumento da temperatura, efeitos das alterações climáticas.

O satélite também vai medir a altura da superfície oceânica e terrestre, incluindo os topos das árvores das florestas (que, em conjunto com a informação existente sobre a área florestal global, possibilitará aos cientistas estimarem a quantidade de dióxido de carbono armazenada nas florestas).

ZAP // Lusa

Por Lusa
23 Agosto, 2018

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